quarta-feira, outubro 31, 2007

Manuel Pungo diz de sua justiça

Recebi, entre outras, a mensagem de Manuel Pungo que a seguir transcrevo. Recebi outras que, contudo, não serão publicadas porque não respeitam o princípio da boa educação e do debate das ideias só salutar quando respeitam para serem respeitadas.

«Permita-me, antes de tudo, felicitá-lo pelo empenho e dedicação na redacção e cobertura de matérias que tratam e retratam a nossa bela pátria "Angola".estou ciente que, como todos nos, tem interesses assumidos em ver Angola crescer e desenvolver-se, para o beneficio explicito dos seus filhos.

Fazendo uma analise rápida ao seu perfil pude aperceber-me que nasceu no planalto central e que (espero não estar enganado) não mais voltou a Angola desde que dela se retirou em 1975. Ainda assim faz questão de estampar a sua condição Angolano-Portuguesa (talvez para se diferenciar doLuso-Angolano clássico). Será esta uma maneira de chamar a si uma certa legitimidade na publicação de matérias ligadas a Angola?

Se efectivamente não visita Angola desde 1975, acredite caro senhor Orlando, que as informações e imagens de que dispõe sobre esta terra estãocompletamente viciadas e mesmo obsoletas. Não quero com isto dizer que Angola deixou de ter os seus problemas recorrentes.

Quero apenas mostrá-lo (pois acredito estar conscientemente informado) que existe uma certa "tendência negativista" na imprensa lusa no que tange aos ecos e factos sobre Angola. Seu texto, na origem deste debate, é disto uma prova. Nele, apercebe-se claramente o veicular de uma "falação" tendenciosa baseada emestigmas do passado.

Apesar de não ser jornalista, acredito que o código deontológico da classe recomenda a narração factual e o evitar de julgamentos pessoais.

Quando se pretende ajudar, ainda que expondo situações negativas, convém fazê-lo de forma coerente, digna e objectiva, para que se possa extrair da sua matéria mais uma experiência, um ensinamento ou um "scoop" de orientação.

Ainda assim congratulo-me com sua iniciativa pois se ousou escrever é porque tem interesse em que as coisa avancem. Os Angolanos o agradecem porisso.

Manuel Pungo»

Comentário:

A minha condição de angolano-português não me legitima seja para o que for. Uso-a porque corresponde à verdade. Apenas isso.

Não basta ler a primeira página de um livro para se saber o que ele diz. Por isso, não basta ler um texto meu para saber o que penso. Seria melhor, digo eu, ler mais alguma coisa para se entender a razão porque – note-se – defendo o poder das ideias e não as ideias de poder.

O poder das ideias não é só partilhado pelos jornalistas e, nesta matéria, o único código (deontológico, ético, moral etc.) que conta é o do respeito pelas ideias dos outros. Certamente reparou que a minha liberdade termina onde começa a dos outros e a dos outros termina onde começa a minha.

Se todos assim agirmos, pouco importa se somos adeptos do partido A, B, C, ou D. O que importa é que somos Angolanos, e isso é condição “sine qua non” para fazermos de Angola o melhor país do Mundo.

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