Conheci Fausto Correia, o eurodeputado socialista que hoje faleceu, no período áureo de António Guterres quando, em campanha eleitoral, se preparava para ganhar folgadamente as eleições.
Então como jornalista (nesse tempo ainda os havia…) acompanhei toda a campanha eleitoral do PS a norte, tendo o meu colega Pedro Morais Fonseca feito o mesmo a sul.
Entre outros, Fausto Correia, Jorge Coelho, António José Seguro e António Galamba davam o litro na mobilização geral que haveria de levar Guterres à vitória.
Foi uma campanha em que aos jornalistas só faltou dormir na mesma cama dos dirigentes socialistas. Promiscuidade? Não. De modo algum. Os jornalistas (nesse tempo ainda os havia…) tinham, isso sim, a possibilidade de conhecer os Homens que estão para além dos políticos e que, como todos, amam, sofrem, erram e projectam o melhor.
Em muitas das peças que então escrevi, zurzi forte e feio no PS. Ao contrário de outros políticos que acompanhei também em campanhas eleitorais, Fausto Correia e António José Seguro, sobretudo estes dois, discordavam algumas vezes do que eu escrevia.
Um dia, quando em Coimbra António Guterres meteu água nas contas do PIB para a saúde, perguntei ao Fausto Correia:
- Quer saber as linhas gerais do que vou enviar para o meu jornal?
- Não. De maneira nenhuma. Depois de publicado o que você pensa, então poderemos conversar.
Depois disso não mais voltei a conversar com Fausto Correia. Ficou-me, contudo, e por isso aqui está este testemunho, a convicção de um político convicto (que já fora jornalista) que sabia - ao contrário de muitos outros, como hoje se vê pelo exemplo de José Sócrates - que a sua liberdade terminava onde começava a dos jornalistas. Nesse tempo ainda os havia…
Então como jornalista (nesse tempo ainda os havia…) acompanhei toda a campanha eleitoral do PS a norte, tendo o meu colega Pedro Morais Fonseca feito o mesmo a sul.
Entre outros, Fausto Correia, Jorge Coelho, António José Seguro e António Galamba davam o litro na mobilização geral que haveria de levar Guterres à vitória.
Foi uma campanha em que aos jornalistas só faltou dormir na mesma cama dos dirigentes socialistas. Promiscuidade? Não. De modo algum. Os jornalistas (nesse tempo ainda os havia…) tinham, isso sim, a possibilidade de conhecer os Homens que estão para além dos políticos e que, como todos, amam, sofrem, erram e projectam o melhor.
Em muitas das peças que então escrevi, zurzi forte e feio no PS. Ao contrário de outros políticos que acompanhei também em campanhas eleitorais, Fausto Correia e António José Seguro, sobretudo estes dois, discordavam algumas vezes do que eu escrevia.
Um dia, quando em Coimbra António Guterres meteu água nas contas do PIB para a saúde, perguntei ao Fausto Correia:
- Quer saber as linhas gerais do que vou enviar para o meu jornal?
- Não. De maneira nenhuma. Depois de publicado o que você pensa, então poderemos conversar.
Depois disso não mais voltei a conversar com Fausto Correia. Ficou-me, contudo, e por isso aqui está este testemunho, a convicção de um político convicto (que já fora jornalista) que sabia - ao contrário de muitos outros, como hoje se vê pelo exemplo de José Sócrates - que a sua liberdade terminava onde começava a dos jornalistas. Nesse tempo ainda os havia…
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