sábado, outubro 27, 2007

A opinião de Alfredo Carima

A propósito do meu artigo «O MPLA continua a ser um bom aluno», recebi o texto que se segue:

«Tenho lido alguns artigos do Orlando Castro e por via de um deles acabei por ler um artigo de Jorge Eurico, o que acabou por ser um reencontro entre eu e ele, depois de nos idos anos 90 termos partilhado a redacção do Jornal de Angola.

Ao Eurico, depois de escrever-me e trocarmos contactos, disse-lhe (on line pelo msn) que espanta-me a forma como determinados jornalistas (já o tinha dito ao Rafael Marques em Dezembro de 2004 num restaurante no Centro Comercial Vasco da Gama em Lisboa) apregoam a democracia e ao serem confrontados com textos/artigos e/ou argumentos de indivíduos como eu, tu (Tony Cabral), o JN, MP ou mesmo o CC passam logo a interpretar que somos "beneficiários" e "protegidos" do que eles preferem apelidar como sendo "regime"...

Ainda antes de ontem, uma amiga minha que vive na Suiça, encaminhou-me um artigo da lavra de Jorge Eurico, em que o mesmo afirmava que o propósito da viagem de José Eduardo dos Santos à Cuba "foi o de pedir a Fidel e Raúl Castro o envio de tropas" para, segundo o ele "acautelar um clima de instabilidade que se vive em Angola desde que Fernando Garcia Miala foi exonerado"...

Para não me alterar, preferi rir...pois isso parece anedota de Joãozinho traquinas ou do menino Tonecas, para não falar das brincadeiras de Pipofe e Casca Dura, ou de casos resolvidos pelo "Pêra D'aço" (personagem de uma rádio novela que a RNA passou nos anos 80)...

Ao Orlando Castro, apenas gostava de comunicar-lhe que junto a minha voz ao do meu amigo Tony Cabral e sempre que tiver a oportunidade de rebater ou manifestar o meu desacordo em relação ao conteúdo dos seus escritos, falo-ei, da mesma forma que me disponibilizo para de forma ordeira, correcta, educada e civilizada debater consigo a questão da democracia no seio do MPLA assim como o subdesenvolvimento a que a NOSSA ANGOLA está relegada por acção e graça de muitos Governos/Estados e figuras da Europa e dos EUA.

Cordialmente,

Alfredo Carima
Jornalista de profissão, Consultor e simpatizante do MPLA»

Comentários: De forma ordeira, correcta, educada e civilizada, como é o caso, aceito todas as críticas e opiniões. Se a liberdade dos outros termina onde começa a minha, a minha termina onde começa a dos outros.

Acredito, caro Alfredo Carima, que se tenha rido com a notícia/Manchete do Notícias Lusófonas escrita pelo Jorge Eurico. Tal como se riu, certamente a bandeiras despregadas, com a Manchete desta semana do Semanário Angolense que, aliás, confirma o que o Jorge Eurico escreveu.

Por fim, concordo consigo que a nossa Angola está como está por acção e graça de muitos Governos/Estados e figuras da Europa e dos EUA.

Réplica de Alfredo Carima:

«Caro Orlando Castro, creio haver uma diferença significativa entre "solicitar o envio de tropas... em consequência do clima de instabilidade que se instalou em Angola com a exoneração..." e o eventual recurso a um corpo de segurança para o PR.

Como bem diz, a sua liberdade termina onde começa a liberdade de outros, exactamente o mesmo princípio que eu observo.

Deixe-me dizer-lhe que a referência que faz a manchete do jornal que cita, por si só não da a mim garantias de verdade absoluta pois, eu como várias outras pessoas, já lemos artigos na mesma publicação que o tempo se encarregou de mostrar que não se tratavam de matérias verídicas ou pelo menos continham algumas imprecisões.

Há dias assisti aos comentários de uma docente universitária portuguesa ao canal televisivo SIC Notícias a propósito das movimentações em torno da proposta do BPI realizar uma fusão com o BCP. Nestes comentários, a docente, referiu que é um mau costume em Portugal quando se tratam de matérias económicas ou algo sensíveis, os jornalistas nunca conseguem identificar a fonte...

Seria de todo um grande subsídio para a credibilidade da publicação que cita, se a mesma pudesse identificar a fonte pois de contrário, acredito que quem conhece e vive em Angola, terá muitas dificuldades em acreditar neste tipo de notícias.»

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