Muito bem.
Mas muito bem mesmo, acho que todos os esforços devem (têm de) ser feitos.
Apenas estou deveras abismado como nós portugueses somos capazes de nos mexer por uma causa.
Sobretudo se não for portuguesa.
É… eu lembro-me de ouvir falar num Rui Pedro, lembro-me de uma Joana…
Vocês não?
Foram duas das oito crianças portuguesas desaparecidas e nunca mais encontradas.
O Rui Pedro desapareceu há nove anos. A estar vivo, terá agora vinte.
A Joana foi há três e põe-se a possibilidade de ter sido morta por familiares.
Não me lembro (talvez por ter sido há muito mais do que nove dias) de nomes como João Teles ou Cláudia Sousa, mais dois nomes da contagem de desaparecidos permanentes da Polícia Judiciária. Os outros somam-se já 79.
É… também não me lembro do apoio incondicional que lhes prestámos.
Não prestámos???
Então se calhar é por isso.
Será que se damos apoio aos estrangeiros não deveríamos dá-lo ainda mais aos portugueses?
Ou sou eu o único a achar que por muito inocente que a Maddie seja, o é tanto como o Rui Pedro?
2 comentários:
Parabéns pelo reparo nobre e oportuno.
A solidariedade não deve ser uma acção em que a hipocrisia se confunde com o sentimento puro, indisfarçavelmente para dar nas vistas.
Deve-se ser solidário com o caso da Madeleine McCann, como também de todas as crianças portuguesas e não só, que têm desaparecido em Portugal.
Ainda noutros campos, a solidariedade portuguesa, por exemplo, a nível do apoio social, deve igualmente ser uma constante em relação a muitos portugueses que estando no seu país, vivem todo o tipo de privações, passando inclusive fome e não alvo de atenção e referência simplesmente aos casos de imigrantes que vivem em Portugal, ou de situações idênticas noutras partes do Mundo em que Portugal se prontifica a ajudar, esquecendo-se dos seus cidadãos em casa a quem não são concedidos os benefícios de um qualquer gesto de solidariedade, seja ela camuflada de hipocrisias, seja ela no verdadeiro sentido do termo solidariedade.
Situações destas contribuem para fomentar animosidades entre os portugueses que se sentem abandonados na sua própria terra e os imigrantes que estando longe dos seus países necessitam de apoio no país de acolhimento, seja do Estado, de organismos não governamentais e, claro, dos próprios cidadãos portugueses, para que se consiga uma integração de sucesso dos imigrantes em Portugal.
São estas contrariedades que criam, na maior parte das vezes, ambientes hostis aos imigrantes que, na verdade, são alheios a esta dupla sensibilidade portuguesa no tocante ao conceito único do termo SOLIDARIEDADE!
Portugal precisa, desde há muito, de uma campanha de sensibilização proveniente de ideias e debates dessas ideias, pois o que se assiste neste país, é uma lavagem cerebral constante através da manipulação concertada de grupos de interesse que hoje dominam a voz da liberdade, ou seja, a Comunicação Social!
Na mouche.
Enviar um comentário