quinta-feira, outubro 18, 2007

… e as pressões geneticamente modificadas?

É claro que na república das bananas não existem assassinatos, prisões, ameaças físicas, etc. aos jornalistas. Dizem-me, o que não acredito, que por lá se vão condensando todos esses ingredientes em subtis fórmulas geneticamente modificadas.

Dizem-me, o que não acredito, que não se mata, mas desemprega-se. Não se prende, mas corta-se a forma de pagar as contas. Não se ameaça fisicamente, mas ameaça-se psicologicamente.

Dizem-me que não há censura, há critérios editoriais. Não há apreensões, mas há conselhos. Não há buscas, mas há avisos.

Dizem-me, o que não acredito, que todos têm liberdade para não escrever o que pensam ser a verdade. E que todos têm acesso à informação que o poder lhes quer dar.

Dizem-me, e eu acredito, que é difícil de quantificar a auto-censura ou as pressões de ordem financeira.

Dizem-me, e eu acredito, que é aqui, também aqui, sobretudo aqui, que reside o busílis.

1 comentário:

maria mono disse...

Em termos práticos, a liberdade nunca é absoluta (ainda que em termos filosóficos haja quem diga que ou se é livre ou não se é). Pergunto-me se a diferença entre “pressões” e “avisos” e “assassinatos” e “prisões” é apenas de grau ou se é também de natureza.

Haverá sempre, a mal ou a bem, directivas, políticas editoriais e outros mecanismos mais ou menos subtis de controlo da informação. Mas verificar se há liberdade de expressão é também compreender que mecanismos existem (legais ou individuais) para contrabalançar esses mecanismos de controlo.

E já agora, quem disse que estar em 10 lugar era uma boa coisa? O índice é calculado de forma relativa entre todos os países (para os quais há suficiente informação) não de acordo com um ideal intangível de liberdade.