sexta-feira, outubro 05, 2007

"É preciso resgatar Angola", afirma Rafael Marques

Nota de abertura: Artigo publicado no Notícias Lusófonas

Os angolanos não devem ficar calados perante o que se está a passar, "porque é preciso começar a resgatar o país das mãos dos que o conspurcam", defendeu o jornalista angolano Rafael Marques. "É fundamental. É preciso começarmos a resgatar o país das mãos daqueles que conspurcam o nome de Angola e fazem de Angola uma coutada privada", frisou Rafael Marques.

Chegado de Angola há poucos dias, onde passou os últimos quatro meses, Rafael Marques não esconde a revolta face aos mais recentes acontecimentos verificados no país.

As condenações em tribunal do anterior responsável da "secreta" angolana, general Fernando Miala, e do director do semanário "Angolense", Graça Campos, e a "arbitrariedade" das autoridades no alegado motim da cadeia de Luanda levam Rafael Marques a considerar que "os angolanos não devem ficar calados".

"O que deve ser dito de forma clara e inequívoca é que o que está a acontecer em Angola não merece o silêncio dos angolanos. Merece a denúncia, merece a repulsa", destacou. No caso do general Miala, condenado a quatro anos de cadeia, Rafael Marques confessa que não ficou surpreendido com a decisão do tribunal.

"Angola não se rege pelas regras do Direito. Rege-se pelas normas do poder arbitrário. Logo a sentença não podia ser uma surpresa", salientou.

"Era preciso eliminar o homem. Um homem que durante muitos anos pensava que estava a servir o país, mas que, na verdade, estava a servir um grupo de indivíduos, encabeçado pelo Presidente da República (José Eduardo dos Santos)", disse.

"Já não precisavam dele porque já consolidaram o seu poder. O processo do general Miala é similar ao processo de `27 de Maio`, em que as pessoas que defenderam (o primeiro Presidente angolano) Agostinho Neto foram mortas para dar lugar, dar espaço às famílias parasitárias que hoje dominam e privatizam o país a seu bel-prazer", acusou.

"Tudo o resto é um ardil", garantiu.

No caso do jornalista Graça Campos, condenado a oito meses de cadeia por injúrias e difamação ao ministro da Justiça, Paulo Tjipilica, Rafael Marques acredita estar perante "mais uma prova de falta de seriedade do sistema jurídico".

"Temos em Angola um sistema jurídico que continua a ser dominado por figuras que têm um passado duvidoso quanto à promoção do estado de Direito", acrescentou.

A condenação de Graça Campos é "injustificável", porque, tratando-se de um caso de difamação dever-se-ia ter aplicado uma pena suspensa.

Instado a dizer se a pena pode traduzir um aviso à restante imprensa angolana, tendo em conta que o país irá em breve a eleições, Rafael Marques acha que não.

"Esses avisos têm sido feitos de forma regular. Este não é o primeiro aviso. Mas devo dizer que há vários projectos ligados a figuras do próprio regime, em que se incluem também os filhos do Presidente da República, para a criação de outros órgãos de comunicação social", vincou.

O objectivo, considerou, "é afastar os escolhos para permitir que esses projectos possam singrar e ocupar o espaço que neste momento foi conquistado pela imprensa privada".

Quanto à realização de eleições legislativas em Angola em 2008 e presidenciais em 2009, Rafael Marques não acredita que venham a realizar-se.

"Não acredito que haja eleições em 2008. O processo democrático pura e simplesmente não é a realização de eleições e as pessoas estão conscientes de que não houve processo democrático em Angola", salientou.

A razão é que Rafael Marques considera que "não há abertura que permita vislumbrar alternativas de poder" e essa situação, acredita, "foi feita de forma propositada".

"Foi feito de forma propositada, aniquilando, manietando e corrompendo os opositores", afirmou.
"Angola é um país em que se promove a fome, em que se promove a pobreza e em que se promove a luxúria como formas de desagregação do tecido social e da coesão social. As pessoas acabam sempre por se inclinar ou não resistir à corrupção", acrescentou.

Rafael Marques afirma-se um patriota e diz que não medo de entrar no seu país.

"Sou um cidadão livre. Não temo ninguém porque não cometi nenhum crime e Angola é também o meu país. Sou um patriota e sou tanto angolano como o Presidente da República, José Eduardo dos Santos", frisou.

Nota de fecho: Pois!

2 comentários:

Anónimo disse...

Kota Marques, vc tem toda razao e è uma pena qe nao tenhà-mos mais homens como o senhor no nosso Paìs qe esta a cair aos poucos ou melhor ja caiu pq precisamos de alguem para levantar essa nossa mae q è Angola onde o medo anda todos os dias nos olhares das pessoas, sou Angolano e vivo fora de Angola e vejo qe o nosso Paìs esta mais qe privatizado e so os cegos nao veem isso, so nao sabemos ate quando :(

Anónimo disse...

Como combater a ditadura ?
How to fight the dictatorship?
Comment conbattre la dictature?
Cómo luchar contra la dictatura?

Livro: Da ditadura à democracia
Autor: Gene Sharp

Da ditadura à democracia http://www.aeinstein.org
From Dictatorship to Democracy http://www.aeinstein.org/fdtd.pdf
De la dictature à la démocratie http://www.aeinstein.org/fdtd_fr.html
La dictadura a la democrazia http://www.aeinstein.org/DelaDict-1.pdf

O favor de mandar isso a todos os amigos e conhecidos.
Boa leitura e bom estudo.

Dschingis Khan
o vosso servo:: nestormatata@hotmail.com