O Zé da Esquina resolveu hoje falar aos seus concidadãos do estado da nação. Foi, disse, uma forma de comemorar o 5 de Outubro.
Falando durante as comemorações do 101º aniversário da implantação da República, em Lisboa, avisou que "o tempo das ilusões" acabou e que os portugueses terão que fazer "os maiores sacrifícios desta geração".
"Estamos todos confrontados com uma situação que exige vários sacrifícios. Provavelmente, os maiores sacrifícios que esta geração teve que fazer", alertou o Zé da Esquina.
"Os tempos são difíceis. Mas os tempos difíceis tornam-nos mais fortes, mais conscientes e mais realistas. Agora temos que aprender a viver de acordo com as nossas possibilidades", acrescentou, dizendo que Portugal perdeu "muitos anos na letargia do consumo fácil" e que agora "o valor republicano da austeridade digna" deve ser redescoberto. "Acabou o tempo das ilusões", avisou.
O Zé da Esquina chamou a atenção também para as "intoleráveis assimetrias" existentes em Portugal, pedindo uma repartição mais justa da riqueza. "Em momentos como este, diminui a tolerância dos cidadãos para o despesismo público", disse, afirmando que os portugueses exigem uma "mudança profunda na acção política".
"A disciplina orçamental será dura e inevitável", acrescentou ainda o Zé da Esquina, chamando no entanto a atenção para a necessidade de crescimento e desenvolvimento económico.
"Só produzindo mais e com mais qualidade é que podemos viver melhor", conclui o Zé da Esquina.
Que o Zé da Esquina diga isto é perfeitamente aceitável. Nunca teve responsabilidades políticas e, por isso, não pode ser acusado de andar a gozar com o pessoal.
O problema está no facto de todas estas declarações terem sido feitas por quem anda na política há muitos, muitos anos, sempre com grandes responsabilidades, seja como líder partidário, primeiro-ministro ou presidente da República.
Foi primeiro-ministro de Portugal de 6 de Novembro de 1985 a 28 de Outubro de 1995, tendo sido a pessoa que mais tempo esteve na liderança do governo do país desde o 25 de Abril. Nas eleições presidenciais de 22 de Janeiro de 2006 foi eleito presidente da República, tendo tomado posse em 9 de Março do mesmo ano. Foi reeleito nas eleições presidenciais de 23 de Janeiro de 2011.
Nada mais, nada menos do que Aníbal Cavaco Silva.
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