"Nós não temos conhecimento de uma sentença no sentido de alguém que tenha sido condenado nos últimos tempos por tráfico ilícito de estupefacientes", afirmou Carmelita Pires à Lusa, a uma semana de se completar um ano sobre a Conferência Internacional sobre Narcotráfico na Guiné-Bissau, realizada em Lisboa a 19 de Dezembro de 2007.
A Guiné-Bissau tem sido referenciada como "placa giratória" da entrada de cocaína, proveniente da América do Sul, na Europa. Mas, pelos vistos, são referências injustas, não é senhora ministra?
Na entrevista, Carmelita Pires, que sairá do cargo quando for nomeado o novo Governo resultante das legislativas de 16 de Novembro, disse também que aguarda decisões sobre os processos mais mediáticos relacionados com o tráfico de droga.
"Na semana passada, e atendendo à iminência de deixar este posto, interpelámos a Procuradoria-Geral da República sobre duas questões que fizeram parte desse dossier", afirmou Carmelita Pires, lembrando que a primeira está relacionada com a droga desaparecida do Tesouro Público e a segunda sobre o ataque às instalações da Polícia Judiciária (PJ) e o assassínio de um agente daquela força.
"Na qualidade que tivemos de presidir à comissão inter-ministerial para saber da droga desaparecida do Tesouro Público julgamos que já é momento de termos alguma decisão, qualquer que seja, de arquivamento ou não", disse.
"Também questionámos sobre a invasão das instalações da PJ e do assassínio de um agente daquela força e gostaríamos de saber qual é o desfecho e resultados conseguidos, até ao momento, sobre esses dois processos", sublinhou a ministra da Justiça guineense.
Em relação ao processo dos aviões apreendidos em Julho passado por suspeita de envolvimento em tráfico de droga, a ministra explicou que "gostaria também que o processo decorresse de forma mais célere do que temos constatado".
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