
Segundo Dobrokhotov escreve no seu diário na Internet, o director da rádio despediu-o alegando "redução de quadros".
Há vários anos que o jornalista conduzia no "Daqui Moscovo" um programa de discussão sobre problemas políticos e sociais.
Serguei Dobrokhotov, que participava como convidado numa conferência dedicada ao 15º aniversário da Constituição da Rússia, começou a gritar: "As emendas à Constituição são uma vergonha, queremos eleições livres!", interrompendo o discurso do dirigente russo.
Recentemente, pela primeira vez em 15 anos, o Presidente russo decidiu fazer alterações à lei fundamental, que permitirão aumentar o mandato presidencial de quatro para seis anos e o mandato dos deputados da Duma Estatal (câmara baixa) do Parlamento de quatro para cinco anos.
Dmitri Medvedev continuou a discursar, expondo "as possibilidades que a Constituição abre para o desenvolvimento e o aperfeiçoamento da legislação russa", mas o jornalista continuou a gritar: "No país há censura!"
Quando agentes da segurança de Medvedev se aproximaram do homem que protestava para o expulsar da sala, o Presidente interrompeu o seu discurso e disse: "Que fique, que ouça. Sinceramente falando, a Constituição foi aprovada para que cada um possa expor a sua própria posição."
Estas palavras foram recebidas com fortes aplausos, mas a segurança não cumpriu as ordens do Presidente e expulsou à força o ouvinte descontente.
Roman Dobrokhotov, que também é dirigente do movimento da oposição "Nós", foi conduzido a uma esquadra da polícia, tendo sido libertado algumas horas depois.
"Nada tenho a dizer sobre o comportamento da polícia, fui bem tratado e até me deram café", declarou o jornalista à rádio Eco de Moscovo.
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