sábado, fevereiro 19, 2011

Jerónimo Martins: Um; José Sócrates: Zero
(a vingança deste PS não tardará a chegar)

O presidente do grupo Jerónimo Martins diz o que já é sentido pelos 700 mil desempregados e pelos 20% de pobres. Ou seja, que Portugal está em recessão e que não faz sentido mentir aos portugueses sobre a situação económica do país. Sócrates não gostou.

Alexandre Soares dos Santos diz que não se pode pedir sacrifícios às pessoas sem lhes dizer a verdade. Tem razão. E tanto tem que, um dias destes vai ter à perna os operacionais da ASAE, das Finanças e de tudo o que o primeiro-ministro puder deitar mão.

Na conferência de imprensa em que apresentou os resultados do seu grupo, Alexandre Soares dos Santos garantiu que irá aumentar salários este ano e dará prémios a todos os trabalhadores.

Soares dos Santos diz que o sucesso do grupo Jerónimo Martins, que aumentou lucros no ano passado em 40%, é fruto do trabalho, sem recurso a truques. E, é claro, essa metodologia é o inverso do que faz o Governo.

“Os truques é o Sócrates, não sou eu. Ele é que gosta dos truques, aqui não há truques. Aqui há planos, há estratégias muito bem definidas e implementadas com muito rigor”, afirma o empresário.

Apesar de ser verdade, há coisas que o sumo pontífice do PS não perdoa. Desde logo porque José Sócrates é o único dono da verdade, mesmo quando diz uma coisa às segundas, quartas e sextas, e outra diferente às terças, quintas e sábados.

Assim, à margem de mais uma visita às obras da auto-estrada transmontana, José Sócrates disse não ser a sua “função dar lições de boa educação” ao empresário, sublinhando que “não basta ser rico para ser bem educado”.

Ora aí está. Se há coisas para as quais José Sócrates ainda não tem diploma, uma delas é a de dar lições de boa educação. É que não basta ser secretário-geral do PS, ser primeiro-ministro, para ser paladino da boa educação. E Sócrates, seja na auto-estrada do Marão ou nas picadas do país real, ainda tem de percorrer muitos quilómetros para dar dessas lições.

Recorde-se, aliás, que a partir do momento em que, em Fevereiro de 2009, Alexandre Soares dos Santos disse que a actual “crise estava a ser agravada pela demagogia que o senhor primeiro-ministro está a empregar neste momento e que é absolutamente intolerável”, que – para além de outras acções intimidatórias – foram impulsionadas as buscas da Polícia Judiciária relacionadas com licenciamento de espaços comerciais e que se estenderam à sede do Grupo Jerónimo Martins, proprietária das cadeias de distribuição Pingo Doce, Feira Nova e Recheio.

Na altura, a Jerónimo Martins disse encarar "com muita tranquilidade e respeito esta investigação, convicta que cumpre integralmente os imperativos legais em vigor nas geografias onde opera".

O primeiro-ministro explicou também nessa altura que “em Portugal temos esta situação extraordinária: de um Governo que quer fazer mais e uma oposição que acha que não se devia fazer nada e nos devíamos sentar à espera que a crise passasse”.

Desde essa altura que fiquei à espera, mas não ouvi (falha minha, com certeza) José Sócrates apontar o exemplo do patrão do grupo Jerónimo Martins que disse que a actual crise está a ser agravada pela "demagogia que o senhor primeiro-ministro está a empregar neste momento e que é absolutamente intolerável”.

Acresce que, desta e de outras formas, todos continuam a saber que com estes dirigentes, tal como com outros, quem se meter com o PS... leva, forte e feio.

Alguns jornalistas meteram-se com os donos da verdade e do poder e foram para o olho da rua. Alguns empresários tiveram a ousadia de dizer umas tantas verdades ao chefe do posto e o resultado foi, sem apelo nem agravo, ver as suas empresas passadas a pente fino por todas as investigações e inspecções possíveis e imaginárias.

Se, ao menos, Alexandre Soares dos Santos tivesse dito que o êxito do seu grupo se deveu às políticas dos governos socialistas...

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