sexta-feira, fevereiro 04, 2011

Lamber botas a bem da Nação (socialista)
é fácil, barato e dá milhões (aos acólitos...)

Tal como em Portugal, a culpa é sempre dos outros, apesar de (in)dependentes há décadas, alguns dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa continuam a mascarar muita da sua incompetência com o recurso a todo o tipo de acusações, seja aos eventuais inimigos internos seja, ainda, à antiga potência colonial.

Terão legitimidade para isso? Têm com certeza! O «pai» é sempre responsável, pelo menos do ponto de vista moral, pelas acções dos «filhos», até mesmo quando estes renegam as origens. É um complexo que acompanhará sempre os progenitores, sobretudo aqueles que se esqueceram de dar uns tabefes aos filhos quando eles precisavam.

A Angola de José Eduardo dos Santos (que não dos angolanos) é um (in)digno exemplo do «filho» que cospe no prato que lhes deu comida mas, ao mesmo tempo, revela que o «pai» em vez de o mandar trabalhar para ter o que comer, aceita lavar os pratos cuspidos e voltar a servir nova refeição.

O estratagema (felizmente não adoptado por outros PALOP, pelo menos com a mesma grandeza) revela-se fácil, barato e - é claro! - dá milhões. E é assim porque Portugal (e tanto faz que seja em tons rosa ou alaranjados) continua a achar conveniente lamber as botas aos poucos que têm milhões (José Eduardo dos Santos e companhia), esquecendo os milhões que têm (e continuarão a ter) pouco, muito pouco... ou nada.

É que, e não faltam exemplos, Portugal não pode (nem deve) continuar a dar peixe aos parasitas que, a troco de tudo e de nada, o insultam e o tratam a baixo de cão. Portugal ensinou-os a pescar e, por isso, não tem que lhes dar o peixe. Poderá, e deverá, dá-lo aos angolanos que não sejam pobres e mal agradecidos. Apenas a esses.

Por outras palavras, e apesar de a psicologia explicar o complexo do colonizador, importa cortar de uma vez por todas o cordão umbilical com as ex-colónias. Eles já são bem crescidinhos. Desde logo porque o cordão umbilical só tem um sentido, só serve para alimentar uma das partes.

Se eles quiserem substituir o cordão de sentido único por um sistema de vasos comunicantes, de dois sentidos, então estarei de acordo. De outra forma, o melhor é esquecer até que o este tipo de «filho» acorde... ou desapareça de uma vez por todas.

Recordo que um dos presidentes da República da Guiné-Bissau, Kumba Ialá, fez-se homem em Portugal. Não tão homem como seria de esperar mas, mesmo assim, aqui aprendeu a pescar.

Apesar disso, disse à Rádio Bombolom FM que o seu país poderia cortar relações com Portugal, caso o Governo português venha a "desencadear" uma resposta a uma eventual "acção" da Guiné-Bissau contra alguns políticos guineenses "que andam a ladrar em Portugal".

Parafraseando o próprio Kumba Ialá, quem diz isso não fala... ladra.

"Há políticos que andam a ladrar em Portugal, pensando que estão nos céus, mas nós podemos agarrá-los mesmo aí e, se Portugal "mermerí" (palavra crioula que significa em português algo como piar ou tugir), cortamos as relações", disse Kumba Ialá.

Algo semelhante defendeu em 2001, o então secretário para as relações exteriores do MPLA, Paulo Teixeira Jorge, quando disse que o Governo português não deveria permitir que "portugueses de ocasião" interferissem nos assuntos internos de Angola, tal como os “angolanos de ocasião” deveriam também ser impedidos de falar sobre Angola.

Noutro passo da sua criminosa e complexada intervenção, Kumba Ialá, disse que "há políticos teleguiados a partir de Portugal", acrescentando que "Portugal pode ficar ciente que nunca mais um português voltará a mandar num guineense".

E, a fazer fé no muito que se vai lendo, as teses de Paulo Teixeira Jorge fizeram escola. Ao Portugal de hoje, muito mais do que em 2001, convirá que todos o entendam de uma vez por todas, é um país rendido ao petróleo (e não só) da família Eduardo dos Santos.

E é por issso que, mais ou menos de forma velada, as autoridades de Lisboa vão aconselhando a que se moderem as críticas ao regime angolano. Acrescentam, aliás, que se não houver moderação... outras medidas terão de ser tomadas.

Seja como for, todos aqueles que catalogam os angolanos e os portugueses em duas classes, os de primeira (afectos ao MPLA ou ao PS, ou a ambos) e os de segunda (afectos aos outros partidos ou simplesmente apartidários), devem perceber que nem mesmo pela barriga conseguirão calar os que são livres.

"... Eles são portugueses de ocasião, fundamentalmente são angolanos que se tornaram portugueses depois da evolução da situação em Angola", afirmou na altura Paulo Teixeira Jorge, para quem o Governo português também deveria "chamar a atenção" dos elementos da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC) que se encontravam em Portugal.

De ocasião ou não, angolano ou português, recuso-me a deixar de dizer o que penso ser a verdade. Ainda mais agora que, por acção directa do PS e indirecta do MPLA, estou quase a saber viver sem comer...

Sem comentários: