Sob o título «Angola põe em sentido o sobranceiro Governo de José Sócrates», Jorge Eurico escreve e bem (o que não é novidade) na sua crónica publicada no Notícias Lusófonas sobre a questão de mais de dez cidadãos portugueses terem sido presentes ao Tribunal de Luanda em virtude de «terem tido o desplante de desrespeitar a decisão (soberana) tomada, sexta-feira, 9, pelas autoridades angolanas, consubstanciada na proibição de os cidadãos lusos conduzirem em território nacional».
Tal como o Jorge Eurico, a decisão do Governo também potencia o meu orgulho de ser angolano, mau grado muita gente afecta ao MPLA me considerar «tuga» e, é claro, muita gente afecta ao Governo «tuga» me considerar angolano.
«A deliberação do Executivo angolano irá forçar indubitavelmente o sobranceiro Governo de José Sócrates a repensar a forma como a cinzenta e atrasada Lisboa se tem relacionado com Luanda», escreve Jorge Eurico.
Aqui tenho dúvidas. E tenho porque José Sócrates, numa lógica que está a fazer escola, confunde críticas com desobediência e acha-se dono da verdade. Por isso, meu caro Jorge, Sócrates não vai repensar coisa alguma em matéria de relacionamento com Luanda.
É só esperar para ver. Sócrates nem sequer repensa a forma como se relaciona com os portugueses. Portanto…
«Já agora (como quem não quer nada querendo) sugiro que, quando os delegados dos ministros das Relações Exteriores de Angola e dos Negócios Estrangeiros de Portugal estiverem sentados à mesma para ultrapassarem este diferendo político-diplomático, que opõe o Estado angolano ao português, não se deslembrem de esclarecer por que razão os brasileiros têm um tratamento especial em terras lusas», diz sem papas na língua, como é costume, Jorge Eurico reflectindo sobre uma realidade que está em todas as esquinas portugueses.
Contudo, penso que se deve falar de brasileiros e de brasileiros. Os que não são brancos ou jogadores de futebol já se assemelham, segundo Lisboa, a uma subespécie.
Jorge Eurico entra depois numa série de perguntas:
Contudo, penso que se deve falar de brasileiros e de brasileiros. Os que não são brancos ou jogadores de futebol já se assemelham, segundo Lisboa, a uma subespécie.
Jorge Eurico entra depois numa série de perguntas:
«1 - E já agora por que não falar, por exemplo, da uniformização da carteira profissional de Jornalistas, de Advogados e de Médicos?
2- Será que os Jornalistas angolanos estão aquém da capacidade dos seus colegas portugueses?
3 - Será que os Advogados bissau-guineenses ficam muito a dever os seus camaradas portugueses?
4- Será que os Médicos cabo-verdianos ou moçambicanos não têm a mesma capacidade que os colegas portugueses?».
Pago para ver o que Sócrates e companhia responderiam a estas questões. Vão ficar mudos e quedos. Mas não são os únicos.
Advogados, médicos, jornalistas etc. etc. vão ficar caladinhos ou, em alternativa, alinhar com o rei Sócrates que apesar de ir nu tem uma legião canina de seguidores que só sabem dizer: «Sim, Senhor Primeiro-Ministro!».
Pago para ver o que Sócrates e companhia responderiam a estas questões. Vão ficar mudos e quedos. Mas não são os únicos.
Advogados, médicos, jornalistas etc. etc. vão ficar caladinhos ou, em alternativa, alinhar com o rei Sócrates que apesar de ir nu tem uma legião canina de seguidores que só sabem dizer: «Sim, Senhor Primeiro-Ministro!».
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