o mundo, o que significa uma média de duas mortes por semana, segundo
um estudo do Instituto Internacional
para a Segurança da Imprensa (INSI), hoje divulgado.
O relatório adiantou que apenas um em cada quatro jornalistas assassinados morreram num cenário de guerra ou no contexto de um conflito armado.
"A maioria dos profissionais que morreram foram assassinados porque estavam a desenvolver o seu trabalho, tendo sido eliminados por autoridades hostis ou por criminosos quando tentavam denunciar os meandros mais obscuros das suas sociedades", afirmou o director do INSI, Rodney Pinder, na apresentação do estudo, hoje realizada em Londres.
O relatório, intitulado "Matar o mensageiro: o custo mortal das notícias", revela que em dois terços dos casos relativos ao assassinato de profissionais de comunicação social, os alegados criminosos não foram ainda identificados e as probabilidades de reconhecimento são quase nulas.
Por países, o estudo destaca que o Iraque, com 138 mortes, a Rússia (88) e a Colômbia (72) são os lugares mais perigosos para os profissionais dos media.
Os países latino-americanos, onde a maioria dos crimes estão associados ao narcotráfico, estão em destaque entre os 20 países com mais casos de morte de jornalistas, nomeadamente o México (31 mortes), Brasil (27), Peru (16) e Guatemala (13).
Apesar destes valores, Rodney Pinder destacou que a América Latina tem registado um decréscimo no número de jornalistas assassinados, alertando, no entanto, que esta situação se deve ao facto de existirem muitas pressões junto dos profissionais para não cobrirem certas matérias.
"Em muitos países, o assassinato tornou-se na forma mais fácil, barata e efectiva de silenciar as informações mais incómodas", reforçou o responsável.
Os anos de 2004 e de 2005 foram os mais mortíferos com 131 e 149 assassinatos, respectivamente, segundo o estudo da INSI, uma organização formada por empresas de comunicação social, grupos de defesa da liberdade de imprensa e sindicatos que tem como objectivo principal zelar pela segurança dos jornalistas.
A divulgação deste estudo internacional serviu também efectuar um apelo, entre outras entidades, às Nações Unidas, aos governos, às forças de segurança e as empresas de media que apoiem medidas que permitam reforçar a segurança dos profissionais de informação.
O responsável defendeu ainda a necessidade de avançar com um debate público sobre esta temática, uma vez que "jornalistas não merecem o silêncio, mas sim o reconhecimento e a adopção de medidas reais".
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