sábado, novembro 03, 2007

Porto presta homenagem a Joaquim Chissano

No próximo dia 7 será prestada, no Porto, uma homenagem a Joaquim Chissano, exemplo e referência de boa governação a nível internacional.

Joaquim Chissano, personalidade política respeitada em África e no mundo, humanista e obreiro do Acordo de Paz e da Reconciliação Nacional em Moçambique, reconhecido pela sua capacidade e alto prestígio internacional, solicitado pela ONU, tem estado na mediação de conflitos em África.

A presença de Chissano no Porto, a um mês da realização da Cimeira União Europeia-África, em Lisboa, e tendo em conta a sua longa experiência, quiçá única, política, diplomática e de diálogo entre a Europa e África, vai ser uma oportunidade ímpar para ouvir os contributos de um estadista desta dimensão.

Calculo que Chissano não irá falar da situação interna em Moçambique. Penso isso porque, de facto, enquanto Chissano conseguiu afastar a guerra, o seu sucessor, Armando Guebuza, parece estar a afastar a paz.

Caladas as armas, a FRELIMO continua a ser, como sempre foi desde a independência, dona e senhora do país. Depois de alguns passos em frente protagonizados por Chissano volta a retroceder para o pódio dos mais pobres.

Ao contrário de Chissano, Guebuza não entende (nunca entendeu, mas não é o único no espaço lusófono da África) que amigos não são apenas os que concordam connosco, não são apenas os que estiveram, ou estão, do nosso lado. Enquanto Moçambique não perceber que a guerra ainda está à distância de um dedo, será difícil evoluir.

Chissano sabe bem tudo isto. Tão bem que vai mediando (com êxito, diga-se) alguns conflitos em África. Será caso para dizer que santos de casa não fazem milagres? É que Moçambique bem precisa de um milagre…

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