sábado, novembro 10, 2007

Recordar o meu Presidente quando Angola
comemora mais um dia da (in)dependência

Dentro de algumas horas os poucos que têm milhões vão festejar (mais ao menos) com os milhões que não têm nada, a independência de Angola, essa pátria que não se define – sente-se. Mau grado a vontade dos quadrúpedes ruminantes, com ou sem gibas sobre o dorso, que em Angola e Portugal nasceram a saber tudo e são donos divinos da verdade, a minha forma de comemorar a independência é recordar o meu Presidente, de seu nome Jonas Malheiro Savimbi. Porquê? Porque, na minha modesta opinião, com ele os milhões que agora têm pouco teriam muito mais, e porque os poucos que têm milhões teriam muito, mas muito, menos.

Eis o texto (ispsis verbis) publicado no dia 24 de Fevereiro de 2002, altura em que se confirmou que o meu Presidente tinha sido morto em combate.

O Povo Angolano, Angola, África e todos os que pugnam pelos ideais de liberdade e democracia no Mundo, estão de luto. Luto por diversas razões.

O Dr. Jonas Malheiro Savimbi, Presidente da UNITA, tombou heroicamente em combate! Tombou heroicamente em combate o meu Presidente.

Tão heroicamente que as Forças Armadas de Angola (ou pelo menos parte delas) tiveram necessidade de O humilhar... mesmo depois de morto. Trataram o meu Presidente como um cão raivoso, como um troféu de caça. Até na morte Jonas Savimbi atemorizou os militares de José Eduardo dos Santos.

Os adversários, ou até mesmo os inimigos, merecem respeito. E isso não aconteceu. As FAA não humilharam Jonas Savimbi, humilharam uma grande parte do Povo Angolano.

A África perdeu um dos seus mais insignes filhos, cuja vida e obra O situam na senda dos arautos da História Africana como N'Krumahn, Nasser, Amílcar Cabral, Senghor, Boigny e Hassan II.

O Dr. Jonas Malheiro Savimbi, Presidente da UNITA, o meu Presidente, tombou em combate ao lado das suas tropas e do Povo mártir, apanágio só concedido aos Grandes da História.

Deixou-nos como maior e derradeiro legado a sua coragem e o consentimento do sacrifício máximo que pode conceder um combatente da liberdade, a sua Vida.

Fiel aos princípios sagrados que nortearam a criação da UNITA, o Dr. Savimbi, rejeitando sempre e categoricamente os vários cenários de exílios dourados, foi o único dos líderes angolanos que sempre viveu e lutou na sua Pátria querida.

A ela tudo deu e nada tirou, ao contrário de outros com contas, palácios e mansões no estrangeiro.

Fisicamente o meu Presidente morreu. Fisicamente o meu Presidente foi humilhado. Mas uma coisa é certa. Não há exército que derrote, mate ou humilhe uma cultura, um povo, uma forma eterna de ser e de estar.

Jonas Savimbi, o meu Presidente, continuará a ter quem defenda essa cultura, esse povo, essa forma eterna de ser e de estar.

«Há coisas que não se definem - sentem-se». Foi isto que em 1975 me disse, no Huambo, Jonas Malheiro Savimbi. É isto que José Eduardo dos Santos nunca compreendeu. A UNITA não se define - sente-se. Jonas Malheiro Savimbi não se define - sente-se. Angola não se define - sente-se.

E porque se sente, e não há maneira de matar o que se sente, é que Jonas Malheiro Savimbi, o meu Presidente, continuará vivo. Vivo no esforço pela paz em Angola, vivo pela dignificação dos angolanos, vivo pela liberdade, vivo pela coerência... vivo porque os heróis não morrem nem são humilhados.

Obrigado Presidente.

5 comentários:

Anónimo disse...

Porque são tão poucos os angolanos pretos a publicar escrita em Portugal e ex-colónias?

No entanto há imensos angolanos pretos com formação académica, e muita cultura.

Se escrevessem talvez esclarecessem alguns enigmas.

Assim continuamos sem saber o que a maioria pensa.

Anónimo disse...

Parabéns Orlando, você tem razão. Eu não sou da UNITA sou apenas angolano, e como tal sei que todo o povo entrou pelo cano, com a morte do Dr Savimbi. Somos poucos e não creio que alguma vez estaremos em condições de superar a perda que representou a morte desta mente brilhante. O próprio José Eduardo dos Santos, teria conquistado muito respeito e admiração por parte do mundo, da África e principalmente do Dr. Savimbi, se o tivesse poupado. Isso teria sido bom para todos, pois só os grandes Homens sabem tratar como tal os seus semelhantes.

Anónimo disse...

Acusam os luso-descendentes (leia-se mulatos), de muita coisa mas, houve um mulato lúcido em Angola, que a dada altura disse á nação em geral, e ao Presidente de Angola em particular, o seguinte: "Os militares cumpriram a sua parte, agora resta aos políticos resolverem o problema da guerra em Angola...".
Esse mulato, apesar de tudo o que dizem dele, deve ter sido o CEMG das FAA, mais lúcido que Angola teve, ou não fosse ele descendente de quem é Angolanos é...
Foi substituído por outro mulato maluco, capaz de cumprir á risca o que o clan Van-dúnen queria para angola (uma nação ao seu serviço) e... deu no que deu.

Uma pena para Angola. Viva para sempre o JM Savimbi, em companhia dos verdadeiros patriotas.

Anónimo disse...

Sou angolana e como tal nao consigo comentar este post. Na minha opiniao, só quem nao conhece a realidade da destruiçao da UNITA é capaz de defender este senhor, que para o bem de todos os angolanos, já faleceu.

Anónimo disse...

Nós sabemos o que estes Comunistas ricos andam aqui a fazer, queriam acabar com os Bacongos, na qual o dia ficou marcado como sexta feira sangrenta. mataram Mfulupinga.Basta,
Já é tempo, o povo que não volte a enganar-se como em 1992.
Mais desta vez eles que esperem a surpresa que o povo lhes está a preparar.