Só agora que morreu é que, lamentavelmente, me lembro que só uma vez escrevi sobre Mário Vatuva. Foi a propósito de declarações, enquanto secretário-geral da UNITA, que fez dizendo que os restos mortais de Jonas Savimbi seriam transladados para a sua terra natal, na província do Bié, onde ficarão sepultado junto ao túmulo dos seus pais na comuna de Lopitanga, no município do Andulo.
Nessa altura, certamente convicto de que Angola será um dia um Estado de Direito, Vatuva dizia que, a partir de agora, “tudo dependerá da vontade do partido e dos militantes".
Nessa altura, certamente convicto de que Angola será um dia um Estado de Direito, Vatuva dizia que, a partir de agora, “tudo dependerá da vontade do partido e dos militantes".
Escrevi então que sendo a convicção de Vatuva quanto a Angola ser um Estado de Direito muito maior do que a minha, esperava que ele tivesse razão.
E que Vatuva lutou para que Angola fosse, um dia, um Estado de Direito é uma verdade indesmentível.
Descansa em paz, meu Irmão.
2 comentários:
Escrever sobre a morte de mais um amigo, pela segunda vez em oito dias, torna-se mórbido e depressivo.
Na verdade não o consigo imaginar assim, estático no seu leito de morte. Sei que a minha mente bloqueia essa imagem e se defende pelo facto de estar aqui, em Portugal e não lá na minha terra onde ele desapareceu. Há poucas semanas, quando nos despedíamos no aeroporto de Lisboa, recordava-me o compromisso de lhe enviar o último livro da Dalila Mateus que já tinha sido apresentado mas que ainda não estava nas livrarias. As suas ultima palavras comigo foram sobre o projecto que nos envolvia de criar em lugar a recato uma base de documentos históricos do Partido e da luta travada, para que os angolanos não esquecessem.
Uma semana atrás enviou-me um recado "não te esqueças do que te pedi".
E de repente a notíca esta tarde, que tinha partido.
Que dizer ? Como tirar esta dor ?
Descansa em Paz meu irmão
Uabalumuka
Emanuel Lopes
Mais um valente que partiu sem ver a sua e nossa Angola melhor e mais justa.
Paz á sua alma
Kandandu
Eugénio Almeida
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