
Lembrando que Cabo Verde foi um dos três países que até agora ratificaram o Acordo Ortográfico e respectivos protocolos, José Maria Neves destacou que as universidades têm um papel fundamental na difusão da língua portuguesa e recordou que a AULP foi criada várias anos, antes da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).
Criada há 21 anos na Cidade da Praia, a AULP voltou hoje a Cabo Verde para a XVII reunião, juntando responsáveis de universidades de Portugal, Brasil, Angola, Moçambique e Cabo Verde, além do território de Macau.
Um encontro para "troca de impressões e de experiências" e de aprofundamento da cooperação, que já é imensa, especialmente a nível bilateral, disse o presidente da AULP, João Guerreiro, reitor da Universidade do Algarve.
Valorizar a língua portuguesa, disse o reitor, é um dos objectivos fundamentais da AULP, bem como desenvolver "plataformas multilaterais" de cooperação entre Universidades, visíveis, por exemplo, na organização de pós-graduações envolvendo quatro ou cinco universidades.
Durante os três dias, os representantes das diversas universidades vão também "definir novos projectos" e valorizar a investigação científica, sendo criada em breve na página da Internet da AULP um "catálogo on-line de pós-graduações".
Luís Fonseca, secretário executivo da CPLP, defendeu na mesma linha que a educação, ensino superior e investigação são "das áreas mais promissoras da cooperação" dos países de língua portuguesa, o que de resto também José Maria Neves defendeu ao afirmar que "o aprofundamento do ideário da língua portuguesa passa pelas universidades".
A Universidade de Cabo Verde só foi criada há seis meses, pelo que só agora a reunião da AULP voltou à Praia. António Correia e Silva, reitor da Universidade, defendeu que a UALP deve começar a criar uma base para reconhecimento de competências entre as várias universidades dos vários países e criar "mecanismos que estimulem a mobilidade de alunos e professores".
Também seria importante "uma biblioteca virtual de referência, com a colaboração de todas as universidades", defendeu, acrescentando que ou a língua portuguesa é considerada como uma estratégia conjunta ou converte-se "numa língua secundária".
Durante três dias, os participantes no encontro da Praia vão discutir temas como a Interdisciplinaridade da Investigação Científica Tropical, as Redes Universitárias na Investigação, as Pós-graduações ou a Língua Portuguesa no Mundo.
A AULP integra 120 estabelecimentos de ensino, de todos os países da CPLP e também de Macau. A Associação foi criada em 1986, na cidade da Praia, por iniciativa de reitores e dirigentes de estabelecimentos de ensino superior do Brasil, Portugal, Moçambique e Guiné-Bissau.
O IILP, ao qual o primeiro-ministro fez referência, tem sede na Cidade da Praia e foi criado em 1998 pelos Estados da CPLP para promover a defender a língua portuguesa como veiculo de cultura, educação, informação e acesso ao conhecimento científico e tecnológico.
Desde Agosto do ano passado, é dirigido pela angolana Amélia Mingas, que reconhece que o IILP não tem funcionado bem por falta de projectos de cada país e de condições financeiras.
Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
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