quarta-feira, junho 27, 2007

Mobiliário português mostra o que vale
mesmo à revelia da Imprensa portuguesa

Os números indicam claramente que a indústria portuguesa de mobiliário tem mais aceitação em países como França e Espanha do que junto dos consumidores portugueses. Tal como tem mais aceitação e, já agora, respeito da Comunicação Social estrangeira do que da portuguesa. Porque será?

Desde 2003, mais de metade do mobiliário made in Portugal é vendido no estrangeiro, onde é valorizada a sua qualidade e design. “Em Portugal fabrica-se bom mobiliário que pode competir com o italiano ou o alemão, mas a qualidade e design do nosso produto não são reconhecidos pelo cliente português, mesmo quando estão ao alcance da sua bolsa”, considera Emídio Brandão, editor do Mobiliário em Notícia, jornal especializado deste sector.

A inovação patente nas novas propostas da indústria resulta da aposta crescente no design mas também nos fornecedores de matéria-prima, ou de ferragens, acessórios e componentes que se empenham em trazer para Portugal as mais recentes novidades. “Nesta equação é ainda de salientar o papel do comércio que procura adaptar-se à nova realidade do processo de compra e venda de mobiliário”, diz Emídio Brandão.

Anualmente, o Mobiliário em Notícia organiza a Gala Prémio Mobis onde são distinguidos as empresas e empresários que continuam a investir e a apostar num sector que emprega mais de 60 mil pessoas em todo o país. “Com o Prémio Mobis damos a conhecer ao Governo, às associações e ao consumidor final que o sector do mobiliário merece ser mais apoiado, no sentido em que é necessário reconhecer o esforço que tem sido feito para credibilizar e revitalizar esta área de actividade com grande tradição em Portugal”.

É um sector unido que cinco centenas de empresários, associações e outras individualidades vão encontrar no próximo sábado, no Casino do Estoril. Para além da atribuição dos prémios nas 12 categorias a concurso, com um total de 60 finalistas, está ainda em agenda a atribuição dos Prémios Mobis Gold a uma dezena de empresas que se têm destacado ao longo dos últimos anos.

“Com o Prémio Mobis Gold queremos premiar a consistência demonstrada pelas empresas que lhes permitiu atingir um lugar de excelência no seu sector de actividade”, adianta Emídio Brandão. Levira (Oliveira do Bairro), O.A.T. (Valongo), Sonae Indústria (Maia), Interfer (Lisboa), Marjos (Vila do Conde), Aldeco (Vila Nova de Gaia), M.O.B. (Viseu), Ambitat (Paços de Ferreira) e Moveme (Gondomar) e ainda a Feira ExportHome (Matosinhos) são as empresas que valem gold nesta edição do Prémio Mobis que conta com o apoio da Câmara Municipal de Paços de Ferreira.

Paralelamente à Gala, a Associação Portuguesa de Comércio Mobiliário, também official partner do Prémio Mobis, vai distinguir cerca de 40 lojas de comércio de mobiliário como lojas de qualidade. São lojas que cumprem um conjunto de requisitos, tal como ter a sua situação regularizada junto das Finanças ou dos fornecedores, existir no mercado há mais de três anos, dispor de decoradores ao serviço da loja, entre outros critérios.

“Desta forma, o consumidor final tem a garantia que está a lidar com uma loja séria e que, por exemplo, não terá qualquer problema com a assistência pós-venda. Caso o cliente detecte práticas que não se coadunam com o título de loja de qualidade, a APCM tem disponível um número para aceitar qualquer reclamação que será tida em conta na altura de fazer a reavaliação da etiqueta de qualidade”, sustenta Isabel Costa Pereira, directora executiva da APCM.

Segundo a economista, só irão receber a etiqueta as lojas que entregaram toda a documentação solicitada. “O objectivo é valorizar o sector do comércio de mobiliário junto do consumidor final pelo que temos de ser responsáveis na atribuição da etiqueta”.

O sector do mobiliário estará assim em destaque no próximo dia 30 de Junho, no Casino Estoril. Já confirmaram presença na iniciativa o Secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, Fernando Serrasqueiro; os presidentes das câmaras municipais de Paços de Ferreira, Pedro Pinto, e de Paredes, Celso Ferreira; as associações empresariais e sectoriais APCM - Associação Portuguesa de Comércio Mobiliário, AIPI - Associação dos Industriais Portugueses de Iluminação, APIMA - Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins, AEP - Associação Empresarial de Paredes; o ICEP; o IAPMEI; a decoradora Graça Viterbo, entre outras individualidades.

Pena é que, repito, a Imprensa portuguesa (no seu mais lato sentido) só se lembre de tudo isto quando é para sacar publicidade. Se isto, tudo isto, não merece tratamento destacado nessa Imprensa, o que merecerá?

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