Os partidos agrupados na chamada oposição democrática da Guiné-Bissau afirmam, escreve a Lusa, que estão em curso "operações de limpeza e de eliminação física" de adversários políticos do Governo.
Por sua vez, o primeiro-ministro garante que golpe de estado teria como objectivo assassiná-lo. E é assim que os países acabam.
A preocupação da oposição vem expressa num comunicado no qual o movimento de oposição que reúne 15 partidos, dois dos quais com representação parlamentar, se baseia nas informações de que o major na reserva Iaia Dabó teria sido "sumariamente executado" quando se tentava entregar à policia.
Iaia Dabó, irmão do falecido antigo ministro do Interior e deputado, Baciro Dabó, foi abatido a tiro por elementos da Policia de Intervenção Rápida na terça-feira, apesar de se ter apresentado naquela corporação.
Dabó era procurado pela polícia por ser o alegado autor dos disparos que vitimara mortalmente um agente daquela corporação, segundo denunciou o presidente da Liga dos Direitos Humanos, versão que foi posteriormente confirmada pelo ministro do Interior.
"A confirmarem-se as versões de que a rendição de Iaia Dabó teria sido negociada pelo ministro do Interior, Fernando Gomes com um representante da Igreja Católica, um deputado e activistas da Liga dos Direitos Humanos, resta apenas uma firme certeza: Está em curso uma operação de limpeza patrocinada pelo Governo do senhor Carlos Gomes Júnior para eliminar fisicamente os seus adversários políticos", lê-se no comunicado.
No mesmo documento a oposição exige a demissão imediata de Fernando Gomes do cargo de ministro do Interior e o afastamento dos elementos que abateram Iaia Dabó.
O primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior, disse hoje estar na posse de informações de que o conflito entre militares tinha como objectivo a sua morte.
"Havia uma tentativa para assassinar o próprio Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas e o próprio primeiro-ministro", disse Carlos Gomes Júnior, numa entrevista à Rádio Nacional da Guiné-Bissau. O chefe de Governo negou que tivesse sido protegidos por soldados angolanos
Seja qual for a crise, a resposta é sempre a mesma. Não se cura a enfermidade mas apenas se alivia a dor. Isto até que o doente pura e simplesmente... morra.
A tese é a de que os guineenses podem ser alimentados com votos, que as crises se resolvem com votos e que os votos são um milagroso remédio que cura todos os males.
O Ocidente, e neste caso particular da Guiné-Bissau a CPLP e sobretudo Portugal, sabe que África teve, tem e continuará a ter uma História de autoritarismo que, aliás, faz parte da sua própria cultura e que em nada preocupa os fazedores da macro-política que se passeiam nos areópagos dos luxuosos hotéis do mundo.
Apesar disso, teima-se em exportar a democracia “made in Ocidente”, sem ver que a realidade africana é bem diferente. Vai daí, pela força dos votos os ditadores chegam ao Poder, ficam eternamente no poder e em vez de servirem o povo, servem-se dele. Ma como, supostamente, foram eleitos...
Mas será isso democracia? Por que carga de chuva ninguém se lembra que, por exemplo, na Guiné-Bissau as escolhas não são feitas com o cérebro mas com a barriga, ainda por cima vazia, com uma AK-47 encostada às costas?
Foi neste contexto que “Nino” Vieira (tal como, entre muitos outros, José Eduardo dos Santos e Robert Mugabe) chegou a presidente e, tal como o seu homólogo, mentor e amigo angolano, por lá queria continuar com o beneplácito da tal Comunidade de Países de Língua Portuguesa.
A estratégia de “Nino” Vieira falhou, mas outras aí estão no terreno com inegável pujança e com a histórica cobertura dos donos do poder em Portugal, na CPLP e no mundo.
Se os votos são comprados, isso pouco interessa. Se os guineenses votam em função da barriga vazia e não de uma consciente opção política, isso pouco interessa.
Para quem vive bem, para quem tem pelo menos três refeições por dia, o importante foi e será que os guineenses votem. Não importa o que aconteceu antes, o que está a acontecer agora e que voltará a acontecer um dia destes.
Não será, aliás, difícil antever que o sangue do povo guineense voltará a correr. Mas o que é que isso importa? O que importa é terem votado...
Será que Kumba Ialá tinha razão quando, em 17 de Junho de 2009, acusou o PAIGC de ser responsável pela morte de Amílcar Cabral, "Nino" Vieira, Tagmé Na Waié, Hélder Proença e Baciro Dabó?
"Carlos Gomes Júnior e o seu candidato (Malam Bacai Sanhá) têm que responder no Tribunal Penal Internacional pelas atrocidades que estão a cometer", no país, defendeu nesse sai Ialá, acrescentando que "há pessoas a quererem vender a Guiné-Bissau", mas esclarecendo que "serão responsáveis pelas turbulências que terão lugar no futuro".
1 comentário:
Olhando para as Horas, eu não entendo, como os Blindados de Tropa Angolana, vão buscar o primeiro Ministro antes do Paiol ser atacado, Horas ! E interessante ???? Como e que a tropa Angolana sabia do ataque e não preveniu o CEMFA, cuja tropa de Elite esta a 1h do Centro da cidade ?
Eu não entendo, devem ter os horários trocados ou foi informação que saiu sem querer, visto mesmo o Governo não saber o que dizer, p+ primeiro era o Bubo que prendeu o Injai, depois foi tropa que roubou armamento depois não era Golpe de estado, depois era golpe.... Levaram quase 24h ate acertar UMA Historia para contar .... Incrível.
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