Portugal não tem economia, mas tem ministro da Economia. Já não falta tudo. Não tem presente, não sabe se terá futuro mas (o que já não é mau) teve passado. Foi dos primeiros a acabar com a escravatura mas agora, na sua qualidade de protectorado, volta a instituir o regime esclavagista.
Sendo os portugueses um povo pacífico, dotado de coluna vertebral amovível e generalizadamente castrado, tenta agora uma das suas mais árduas missões: sobreviver de barriga vazia.
Álvaro Santos Pereira, ministro da Economia de um país sem economia, diz que é "muito importante" que Portugal "perceba que os sacrifícios são absolutamente fundamentais para que o Estado possa pôr as suas contas em ordem".
É verdade. O Estado, bem como a corja que lhe é contígua, fica com as contas em ordem. Quanto aos escravos, os portugueses, esses ficam depenados e esqueléticos. Mas, afinal, não é mesmo para isso que existem escravos?
Também Cavaco Silva, presidente dessa República situada a norte, embora cada vez mais a sul, de Marrocos, afirma (como se nada tivesse a ver com o assunto) que "há limites para os sacrifícios".
No caso de Cavaco Silva ainda se compreende. Ele chegou há pouco tempo à vida do país. Só foi primeiro-ministro de 6 de Novembro de 1985 a 28 de Outubro de 1995, presidente da República eleito em 22 de Janeiro de 2006 e reeleito em 23 de Janeiro de 2011…
Ainda segundo o ministro da inexistente economia, o importante é colocar no terreno (movediço) políticas para aumentar a competitividade e baixar o défice externo. Como se vê, está a resultar… o barco continua a afundar, mas cantando e rindo no convés, o Governo diz que ele um dia vai flutuar.
Se acaso o conseguir pôr a flutuar, já sem portugueses a bordo, resta saber onde é que o barcaça vai emergir. Provavelmente, na melhor da hipóteses, será nas águas territoriais de Marrocos e aparecerá com o pavilhão de um outro qualquer estado.
Mas, mais uma vez, dizendo o óbvio aos portugueses e fazendo o que é óbvio para os donos dos portugueses, o Governo mostra que se julga um Stradivarius, mesmo sabendo que não passa de uma cópia rafeira feita de latas de sardinhas.
O que releva no meio disto tudo é que este Governo assume direitos de propriedade sobre os portugueses, impondo-lhes essa condição pela força. Ou seja, considerando-os escravos.
Nesta altura, se calhar os portugueses estão tentados a dizer que estão entregues à bicharada. Mas não é assim. Desde logo porque a bicharada não gosta de se alimentar de corpos esqueléticos, famintos e em estado terminal.
Mas mesmo em estado terminal, os portugueses teimam em ser uns desmancha-prazeres. Não é que quando estão quase a saber viver sem comer… morrem?
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