Não. Não emigrem. É bem mais fácil acabar com os políticos que sentem um orgasmo especial quando gozam com a chipala dos escravos.
O secretário de Estado da Juventude, Alexandre Miguel Mestre, foi ao Brasil dar a entender (até nisso o melhor é não assumir claramente o que se diz) que os jovens portugueses que não encontram colocação no mercado de trabalho estão acomodados à situação.
Dizem-me que este super-especialista do Governo de Passos Coelho é um jurista especializado em Direito Desportivo que é a segunda vez que passa pela secretaria, depois de entre 2003 e 2005 ter sido adjunto de Hermínio Loureiro, que pertenceu à sociedade de advogados PLMJ, liderando a equipa de Direito de Desporto, que foi vice-presidente da International Sports Law Association, sediada na Suíça, que é membro, desde 2002, do Conselho Directivo da Academia Olímpica de Portugal etc. etc.
Mas falta-lhe, calculo, experiência para não confundir as esquinas da vida por onde andam, involuntariamente, jovens e não jovens, com a vida pelas esquinas onde por regra assentam arraiais os donos do reino.
Alexandre Miguel Mestre chama, do alto da sua cátedra de perito em coisas que desconhece, de “zona de conforto” à acomodação dos jovens, pelo que os aconselha a emigrem.
Creio que, mesmo emigrando, os jovens e os não jovens (800 mil desempregados dá para tudo) não conseguirão acabar com o seu país. Acabar com Portugal ao fim de tantos séculos é uma missão impossível. No entanto, é bem mais fácil acabar com estes políticos que sentem um orgasmo especial quando gozam com a chipala dos portugueses.
Creio que este super-secretário de Estado, ainda por cima da Juventude, é daqueles que gostaria de ver os portugueses a pão e água, sobretudo porque - em solidariedade com perto de 40% de pobres do país – dirá que também ele faz greve de fome… no intervalo das refeições.
"Se estamos no desemprego, temos de sair da zona de conforto e ir para além das nossas fronteiras", declarou o secretário de Estado da Juventude e do Desporto.
Um dos muitos comentários possíveis, em português vernáculo, é dizer: vá gozar com o caralho. Mais ortodoxo e eficaz seria apanhá-lo numa das esquinas do país, à saída dos típicos restaurantes onde se delira com a vida dos escravos, e dar-lhe uma marretada nos cornos.
Na visita ao Brasil, Alexandre Miguel Mestre e os restantes super-elementos do Governo do reino lusitano a norte, embora cada vez mais a sul, de Marrocos, estiveram alojados nas mais humildes hospedarias e só comiam - por questões orçamentais - nas lanchonetes lá da rua.
Para dar cobertura às teses de Miguel Mestre, o Eurostat acaba de indicar que o desemprego entre os portugueses com 25 anos ou menos estava em Setembro nos 27,1 por cento.
Tal como conheço jovens de alto nível cultural e profissional que são motoristas de táxi, repositores de produtos em supermercados, fazedores de embrulhos e, é claro, desempregados, também conheço políticos e similares (ministros, secretários de estado, deputados, autarcas, assessores, administradores de empresas públicas, institutos etc.) que deveriam ser motoristas de táxi, repositores de produtos em supermercado, fazedores de embrulhos em lojas e, é claro, desempregados.
A diferença entre eles não está na origem do “dr.” (quem diz doutor, diz engenheiro) mas nas ligações partidárias que, a par ou não da competência, são muito mais do que meio caminho andado para se ter um bom tacho.
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