Os três suspeitos de escravizarem cinco pessoas, detidos ontem pela Polícia Judiciária, saíram em liberdade depois de ouvidos no Tribunal de Alfândega da Fé (Portugal).
Se um Governo que está a escravizar quase toda a população de um país (800 mil desempregados, 20% de pobres e outros 20% que já têm saudades de uma refeição) anda todo em liberdade, gozando à grande com a chipala dos portugueses, porque carga de chuva esses três suspeitos também não podem ficar em liberdade?
Os suspeitos, pai, mãe e filha, são naturais desse concelho transmontano e vão ficar a aguardar julgamento em liberdade, indiciados pela prática do crime de tráfico de pessoas para fins de exploração laboral, sequestro e escravidão.
A matéria de facto apresentada pelas autoridades, nomeadamente a exploração laboral e a escravidão, é exactamente a mesma que os donos do reino lusitano estão a praticar, sem que sobre eles impenda qualquer indício de prática de crime.
O tribunal proibiu-os, não aos do Governo mas aos da plebe, de se ausentarem do país e de contactarem com as vítimas que terão recrutado em Bragança, Amarante e Lisboa para trabalharem em Espanha.
Ao contrário, os donos do reino têm toda a liberdade de movimentos, presidem ao Conselho de Segurança da ONU, viajam por onde lhes apetece sem que algum mandado de captura os encoste à parede.
Acresce que esses meliantes levavam os escravos para Espanha. Pois é. Não é exactamente isso que sugere o secretário de Estado da Juventude, Alexandre Miguel Mestre, quando diz que os jovens do seu país devem abandonar a zona de conforto e emigrar?
Sendo o povo português demasiado agarrado às zonas de conforto, quando aparece alguém a forçá-los a ir para o estrangeiro, pumba! É punido.
De acordo com informação divulgada pela PJ, pelo menos cinco pessoas, incluindo uma menor de 14 anos, foram sujeitas a trabalho escravo desde 2008, em Espanha.
A PJ resgatou quatro vítimas, incluindo a menor, e uma quinta vítima já tinha conseguido libertar-se pelos seus próprios meios, em Março, e denunciado os suspeitos, o que desencadeou a investigação.
"Durante a acção agora levada a efeito, foi possível localizar e resgatar da situação de cativeiro em que se encontravam, duas mulheres e um homem, com idades compreendidas entre os 35 e os 41 anos, bem como uma menor, filha de uma daquelas mulheres, de apenas 14 anos de idade", detalha a PJ, num comunicado.
Segundo a polícia, as vítimas foram todas elas aliciadas nas suas áreas de conforto, ou residência (Bragança, Amarante e Lisboa), sob promessa da constituição de relações de trabalho, que não chegaram a concretizar-se.
Contrariando as expectativas geradas, acabaram submetidas a um regime "de verdadeira exploração esclavagista", nomeadamente na actividade agrícola desenvolvida nas regiões de Zamora e de La Rioja, Espanha.
Na verdade, reconheço, para viverem num regime "de verdadeira exploração esclavagista", bem podiam continuar na sua zona de conforto, ou seja, o reino lusitano que ainda flutua entre Espanha e Marrocos.
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