A Líbia é muito mais importante enquanto fornecedor do que como cliente de Portugal, devido às importações de petróleo.
Actualmente a Líbia representa o segundo maior fornecedor de óleos brutos de petróleo a Portugal, com uma quota de cerca de 14%, depois da Nigéria (15%).
A sua posição no ranking global dos países de destino das vendas portuguesas para o exterior melhorou ao longo dos últimos anos, situando-se em 52º lugar em 2009, o que corresponde a 0,11% das exportações globais. Enquanto fornecedor de Portugal, e depois de ocupar o 12º lugar em 2007 e 2008, a Líbia registou uma descida no respectivo ranking em 2009, tendo ficado em 19º lugar (0,65% das importações).
Considerando, apenas, os países da África do Norte, a Líbia situou-se, em 2009, no último lugar como cliente (5,7% das exportações para essa região) e na primeira posição como fornecedor (45% das importações).
Para o comércio internacional da Líbia e segundo as estatísticas do International Trade Centre (ITC) relativas a 2009, enquanto cliente e fornecedor, Portugal ocupa a 15ª e 34ª posição, respectivamente, com quotas de 1,25% ao nível das exportações e de 0,23% no que se refere às importações.
De 2005 a 2009, os valores das exportações portuguesas para a Líbia, diminuíram em 2006 (-27,8%), tendo ocorrido incrementos muito significativos nos anos seguintes, o que conduziu a uma média aritmética das taxas de crescimento anuais nesse período de 59%.
Ao nível dos montantes das importações, verificou-se uma redução muito acentuada em 2009 (-66,5%), tendo existido acréscimos consideráveis nos anos anteriores. O crescimento médio anual do período foi de 20,7%.
A balança comercial é muito desequilibrada e tradicionalmente desfavorável a Portugal devido ao peso das importações de petróleo no contexto das trocas bilaterais, tendo o respectivo défice aumentado, no período em análise, até 2008, ano em que ultrapassou 974 milhões de euros. Em 2009 registou-se uma redução considerável do mesmo (fixou-se em 297,4 milhões de euros) devido à diminuição significativa das nossas compras à Líbia e ao acréscimo acentuado das exportações portuguesas para esse país face ao ano anterior.
Relativamente à taxa de cobertura das importações pelas exportações, registou-se em 2009 o maior valor percentual (10,7%), seguindo-se 2005, com 2,5%. Os últimos dados disponíveis, relativos ao período compreendido entre Janeiro e Agosto de 2010, e quando comparados com os do período homólogo do ano anterior, registam uma tendência de decréscimo das exportações portuguesas para o mercado da Líbia (-10,1%), verificando-se uma subida acentuada das importações (+109,5%). Assim, o coeficiente de cobertura das importações atingiu 4,3%, que compara com 10% nos primeiros oito meses de 2009.
Relativamente à estrutura das exportações portuguesas para a Líbia, constata-se que em 2009 os três principais grupos de produtos - máquinas e aparelhos (44,6%), veículos e outro material de transporte (21,4%) e minerais e minérios (13,9%) - foram responsáveis por cerca de 80% das exportações totais.
Das restantes categorias de produtos, destacam-se ainda os produtos alimentares (6%) e os plásticos e borracha (3,6%).
Desses agrupamentos de produtos, apenas houve uma diminuição no valor dos produtos alimentares, em 2009, relativamente ao ano anterior (-30,4%), tendo-se verificado acréscimos muito significativos nos restantes.
Numa análise mais detalhada constata-se que a estrutura das exportações era, em 2009, dominada pelos seguintes produtos: veículos automóveis para transporte de mercadorias (18%); máquinas para seleccionar terras e para aglomerar combustíveis (16,9%); transformadores eléctricos e conversores (12,7%); pias, lavatórios, banheiras, sanitários e artefactos semelhantes, de cerâmica (7,1%); cábreas, guindastes e pontes rolantes (5,5% do total exportado).
Nos primeiros oito meses de 2010 verificou-se um grande crescimento do grupo dos produtos alimentares5 (+142,6% em relação ao período homólogo de 2009), que passaram para a 3ª posição das vendas portuguesas para este mercado (4ª em 2009), depois dos grupos de máquinas e aparelhos e minerais e minérios.
É de assinalar que estes três grupos de produtos representaram 72,8% do total das exportações para a Líbia.
Dados relativos a 2009 indicam que 66,2% das exportações para a Líbia de produtos industriais transformados incidiram em produtos classificados como de média-alta tecnologia. Seguem--se os produtos de média-baixa intensidade tecnológica (19,6%), de baixa tecnologia (12,3%) e de alta intensidade tecnológica (1,9%). De salientar que 99,8% das exportações totais dizem respeito a produtos industriais transformados.
De 2005 para 2009 e segundo dados do INE, o número de empresas exportadoras para este mercado evoluiu de 33 para 115 empresas, verificando-se um crescimento contínuo ao longo dos anos.
No que diz respeito às importações portuguesas provenientes da Líbia, estas centram-se quase exclusivamente num único produto, combustíveis minerais, que representou 99,1% do total importado em 2009, situação já verificada em anos anteriores e que se continua a registar em 2010 (nos primeiros oito meses).
Dos restantes produtos, sobressaem apenas os metais comuns (0,6%), os produtos químicos (0,2%) e as matérias têxteis (0,1%).
Apenas 11,3% do total da compras à Líbia diz respeito a produtos industriais transformados, sendo que destes, 97,4% corresponde a produtos de média-baixa intensidade tecnológica. De acordo com os dados do INE, nos últimos cinco anos verificou-se uma evolução irregular do número de empresas portuguesas que importaram da Líbia. Assim, em 2005 foram registadas 6 empresas, em 2007 o número subiu para 22 e em 2009 fixou-se em 8 empresas.
Fonte: aicep Portugal Global
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