domingo, setembro 25, 2011

Ninguém melhor do que Kundi Paihama
para definir o que é o regime angolano!

“Durmo bem, como bem e o que restar no meu prato dou aos meus cães e não aos pobres”.

Em Angola, para além dos milhões que legitimamente só se preocupam em encontrar alguma coisa para matar a fome, uma minoria privilegiada só se preocupa em ter mais e mais, custe o que custar.

Quando alguém diz isto, e são cada vez menos a dizê-lo mais cada vez mais a pensá-lo, corre o sério risco de que os donos do poder o mandem calar, se possível definitivamente.

Mas. como dizia Frei João Domingos, "não nos podemos calar mesmo que nos custe a vida".

E são muitos os que já morreram por isso. Esse mesmo os que não vivem no reino de José Eduardo dos Santos estão na linha de fogo, o que dizer dos que lá sobrevivem?

O presidente que há 32 anos domina, sem nunca ter sido eleito, Angola, continua, mesmo fora do seu país, a dar ordens para calar os que teimam em dizer a verdade ou, pelo menos, o que pensam ser a verdade.

Citando de novo, e tantas vezes quantas forem preciso, Frei João Domingos, em Angola "muitos governantes têm grandes carros, numerosas amantes, muita riqueza roubada ao povo, são aparentemente reluzentes mas estão podres por dentro".

Mas esses, apesar de podres por dentro, continuam a viver à grande e à MPLA, enquanto o Povo morre de fome.

Convém não esquecer que, por exemplo, o dirigente e ministro do MPLA, Kundi Paihama, afirmou em tempos recentes: “Durmo bem, como bem e o que restar no meu prato dou aos meus cães e não aos pobres”.

Esta é, aliás, a filosofia basilar do MPLA, partido que continua a pensar que Angola é o MPLA e que o MPLA é Angola. O que sobra não vai para os pobres, vai para os coitados dos cães.

E por que não vai para os pobres?, perguntam vocês, eu também, tal como os milhões que todos os dias passam fome. Não vai porque não há pobres em Angola. E se não há pobres, mas há cães…

Continuemos com a tese de Kundi Paihama: “Eu semanalmente mando um avião para as minhas fazendas buscar duas cabeças de gado; uma para mim e filhos e outra para os cães”.

Quanto aos angolanos, aos outros angolanos, citando de novo Kundi Paihama, que comam farelo porque “os porcos também comem e não morrem”.

Embora seja um exercício suicida, importa aos vivos não se calarem, continuando a denunciar as injustiças, para que Angola possa um dia ser diferente, ser de todos os angolanos.

“O Povo sofre e passa fome. Os países valem pelas pessoas e não pelos diamantes, petróleo e outras riquezas”, disse Frei João Domingos, numa pregação certamente só ouvida pelos peixes ou pelas welwitschia mirabilis.

Mas, como diria o camarada Eduardo dos Santos, a luta continua. Tem de continuar.

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