O comércio internacional de armas aumentou 24% nos últimos cinco anos, revela um relatório do Instituto de Pesquisas para a Paz de Estocolmo (Sipri).
Pois é. E depois vem o Tribunal Penal Internacional (TPI) julgar como criminosos de guerra os que, embora não sendo fabricantes, lhe dão o uso para que elas foram feitas.
E se os maiores exportadores mundiais são os EUA, a Rússia, a Alemanha, a França e Grã-Bretanha, não deveriam estes países serem igualmente julgados pelo TPI?
De acordo com o levantamento, o comércio de armas aumentou 24% entre 2007 e 2011, sobretudo devido à crescente militarização dos países asiáticos.
A Índia tornou-se o maior importador de armas do mundo (representa 10% do comércio mundial), seguida de Coreia do Sul, Paquistão, China e Singapura.
Segundo os autores do estudo, a Índia ultrapassou a China como maior comprador graças em grande parte ao facto de a indústria bélica chinesa ter crescido muito nos últimos cinco anos.
O relatório dá um novo sinal da corrida armamentista na Ásia. Um estudo também divulgado este mês por um centro de estudos de Londres indicava que os gastos militares asiáticos superarão os europeus pela primeira vez em 2012.
Stephanie Blencker, da Sipri, afirmou que a China está prestes a integrar o grupo dos cinco maiores vendedores de armas do mundo, sobretudo devido às suas vendas ao Paquistão.
No entanto, Blencker sublinhou que os motivos da China não são puramente financeiros, tendo como objectivo, ao aumentar as exportações de armas, aumentar também a respectiva influência.
Porém Blenckner observa que a diferença entre a quantidade de armas vendidas pelos EUA e pela China ainda é muito grande.
O relatório também mostra que as vendas de armas aos países protagonistas da Primavera Árabe não mudaram substancialmente no último ano.
Apesar de os EUA terem revisto em 2011 as respectivas políticas de comércio de armas para a região, continuam a ser o maior fornecedor da Tunísia e do Egipto. Os norte-americanos venderam 45 tanques ao Egipto no ano passado, e prometeram ao governo egípcio mais 100.
A Rússia, por sua vez, vendeu no ano passado a maior parte dos armamento comprado pela Síria, incluindo aviões de combate e um sistema de mísseis.
O Sipri explica que as questões éticas sobre exportação de armas para países instáveis têm um impacto limitado.
A compra de armamento não está necessariamente ligada à existência de ameaças externas, segundo o centro de estudos sueco.
Alguns países compram-nas simplesmente para aumentar o seu prestígio internacional. No entanto, a capacidade de as pagar continua a ser um factor importante, como aponta a BBC. As importações de armas pela Grécia, por exemplo, vinham a cair progressivamente ao longo da última década, até serem totalmente inexistentes no ano passado.
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