O ministro português dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, afirmou hoje que o desemprego é aquilo que verdadeiramente "tira o sono" ao Governo.
Está-se mesmo a ver, não está? Ninguém acredita que o governo tenha insónias ou durma mal por causa do desemprego que, por sinal, atinge os outros. E, como é hábito, com o mal dos outros pode bem este governo.
"Estão todos os dias nas nossas preocupações e nós não arranjamos desculpas, ao contrário de outros. Se há circunstância que nos tira o sono verdadeiramente, são os números alarmantes do desemprego", afirmou Miguel Relvas aos porta-microfones que estavam à entrada para o Congresso do PSD.
Admitindo, como remota tese académica, que é verdade, o que dirão os portugueses desempregados, mais de 1.200 mil? O que dirão quando, para além do sono, lhe tiram a comida, o presente, o futuro, a casa, a escola dos filhos, a saúde da família?
"António José Seguro disse que o doutor Pedro Passos Coelho revela ser o primeiro-ministro mais insensível de Portugal e eu disse que, durante seis anos, ele primeiro foi presidente da comissão de Educação, depois foi presidente da comissão de Economia, e não lhe conheço nenhuma divergência de fundo com o engenheiro Sócrates e do Governo do engenheiro José Sócrates que levou Portugal quase à bancarrota", disse Miguel Relvas do alto da sua cátedra de perito dos peritos.
De facto, dizer que um primeiro-ministro que mente, que institui um regime esclavagista, que é forte com os fracos e fraquinho com os fortes, é insensível peca necessariamente por… defeito.
Quem disse que “estamos disponíveis para soluções positivas, não para penhorar futuro tapando com impostos o que não se corta na despesa”, não foi o líder do PS mas sim Pedro Passos Coelho.
Quem disse “aceitarei reduções nas deduções no dia em que o Governo anunciar que vai reduzir a carga fiscal às famílias”, não foi o líder do PS mas sim Pedro Passos Coelho.
Quem disse “vamos ter de cortar em gorduras e de poupar. O Estado vai ter de fazer austeridade, basta de aplicá-la só aos cidadãos”, não foi o líder do PS mas sim Pedro Passos Coelho.
Quem disse “ninguém nos verá impor sacrifícios aos que mais precisam. Os que têm mais terão que ajudar os que têm menos”, não foi o líder do PS mas sim Pedro Passos Coelho.
Quem disse “para salvaguardar a coesão social prefiro onerar escalões mais elevados de IRS de modo a desonerar a classe média e baixa”, não foi o líder do PS mas sim Pedro Passos Coelho.
Quem disse “posso garantir que não será necessário despedir pessoas nem cortar mais salários para sanear o sistema português”, não foi o líder do PS mas sim Pedro Passos Coelho.
Goste-se ou não, João Ribeiro, do Secretariado Nacional do PS, tem razão quando diz: "Com mais de um milhão de portugueses à procura de emprego, com milhares de portuguesas e portugueses a adiar consultas médicas por não terem dinheiro para transporte ou taxas, com tantos idosos a racionarem medicamentos, não é tolerável que o porta-voz do governo PSD-CDS se dedique a jogar com as palavras e a atacar o líder do PS".
Dir-me-ão, com razão que não contesto, que PS e PSD são fuba do mesmo saco. Apesar disso, importa ter memória para o que gostamos e para o que não gostamos. Importa, igualmente, perguntar como é possível manter um governo em que um primeiro-ministro mente?
1 comentário:
Das poucas vezes que vejo televisão, pois o meu cérebro já não aguenta tanta aldrabice, se por azar aparece este tipo a balbuciar algo de imediato ou mudo de canal ou retiro o som... caso contrário vomito!
Mas se tiver em condições e tiver estômago forte... veja esta delícia!
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