O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje que o projecto que tem para o país é "realista" e "aberto a todos", defendendo um "sentido de abertura e de convergência rigorosamente entre todas as forças políticas e sociais".
É verdade. O projecto de Passos Coelho para Portugal é tão, tão aberto que os amigos angolanos do PSD/CDS, ou seja os donos de Angola, ou seja o MPLA, ou seja José Eduardo dos Santos, confirmaram que vão entrar com armas e bagagens nos sectores que, apesar de poucos, ainda não dominam.
Para o líder social-democrata e primeiro-ministro, "ninguém tem o direito de se colocar de fora da tarefa de reconstrução nacional". É exactamente por isso que, para além dos mexias e catrogas do reino, os donos de Angola (entre outros, como os chineses) respondem à chamada e tudo estão a fazer para não ficarem de fora na solidificação da Oferta Pública de Aquisição, por atacado ou a retalho, de Portugal.
"O projeto que temos para o país é realista mas aberto a todos", afirmou Passos Coelho no discurso de encerramento do Congresso do PSD, em Lisboa. Como os portugueses famintos, desempregados e escravizados não estão interessados na abertura, resta ao Governo luso preparar mais vaselina para que o poder do regime angolano entre sem grande esforço.
Passos Coelho justifica que "tem que ser um projeto aberto", porque apesar de nem todos terem "a mesma visão" nem quererem "percorrer o mesmo caminho", quando o país enfrenta uma situação de emergência nacional, ninguém tem o direito de se colocar de fora da tarefa de reconstrução nacional".
Tratou-se, obviamente, de um discurso virado para fora. Não para fora do congresso mas, isso sim, para fora do país. Dizem os portugueses que quem não os conhecer que os compre. Como os 1.200 mil desempregados, os 20 por cento de pobres e os outros 20 por cento que olham para os pratos vazios, os conhecem de ginjeira, só mesmo os novos colonos vão apostar.
"O debate que temos para fazer, durante a crise que estamos a batalhar, também é um debate sobre alternativas políticas, mas não podemos fixar-nos sobretudo nas diferenças sem mostrarmos uma real capacidade para nos aproximarmos em torno do que é essencial", argumentou Passos Coelho.
E argumentou, como é seu timbre, muito bem. E o essencial não está nas mãos dos escravos, mas sim em gente da casta superior do tipo Joaquim Pina Moura, Jorge Coelho, Armando Vara, Manuel Dias Loureiro, Fernando Faria de Oliveira, Fernando Gomes, António Vitorino, Luís Parreirão, José Penedos, Luís Mira Amaral, António Mexia, António Castro Guerra, Joaquim Ferreira do Amaral, Filipe Baptista, Ascenso Simões, Duarte Lima.
Ou até de Cavaco Silva que, em termos vitalícios, só tem direito a 4.152 euros do Banco de Portugal, a 2.328 euros da Universidade Nova de Lisboa e a 2.876 euros de primeiro-ministro.
"Creio que o país apreciará esse sentido de abertura e de convergência rigorosamente entre todas as forças políticas e sociais", recordou Passos Coelho, certamente a contar com o apoio do Partido Comunista… Chinês ou do Movimento Popular de Libertação de Angola.
Segundo Passos Coelho, "ninguém pode ficar agarrado a concepções mais ideológicas ou mesmo às vezes demasiado utópicas que impeçam que o país se mobilize em torno de objectivos essenciais".
Nem mais. Não há concepções ideológicas que devam impedir a colonização de Portugal, desde que isso signifique a manutenção das mordomias da casta superior, admitindo estas abdicar de alguns títulos honoríficos que podem ser substituídos pela designação genérica de chefes de posto, embora façam questão de ter via verde para a gamela.
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