“Ao lado da notícia com vídeo acerca do "Cão [que] toca piano
e canta para alegrar a casa",
o JN avisa o País e o mundo que os "Católicos [estão] revoltados com possível fim do feriado de Todos os Santos".
Num exaustivo trabalho de investigação, realizado ontem, antes de almoço, em três "cemitérios rurais de Viana do Castelo", o jornal de Rui Reininho ouviu a Dona Filomena, a Dona Clementina, o Senhor Joaquim e a Dona Lúcia, "visivelmente emocionada".
Os quatro falaram a uma só voz por nós todos católicos, falaram por Portugal inteiro: esta mancomunação entre Governo e Vaticano é um "erro crasso", é uma "heresia".
E foi mais ou menos assim que as Cruzadas começaram. E uns séculos mais tarde, mas ao contrário, foi mais ou menos assim que se deu a Reforma. Depois não digam que o JN não avisou.
Por outro lado, eu sei o que isto é. Percebo por que é que o JN não larga Viana do Castelo e a "religião", enquanto a coisa ainda está quente. (Um dos cemitérios onde o jornal esteve, e não por acaso, foi o de Vila de Punhe). E protesto aqui o meu mais profundo respeito pelos jornalistas que se expõem e sujam as unhas a esgravatar estas histórias. Os que os mandam e fazem títulos é que estão bem, no quentinho dos gabinetes a estrear, ou então na manicure.”
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