No dia 8 de Outubro de 2006, a propósito do assassinato da jornalista russa Anna Politkovskaia, escrevi que Vladimir Putin e companhia não estavam com meias medidas: Quando ouviam falar de Jornalistas pegavam logo na pistola.
Pegavam e utilizavam. Sim, que pegar só para mostrar nunca resulta. Em Portugal, as coisas (ainda) são diferentes. Vão levando umas bastonadas mas a estratégia é outra. Morrem de forma mais subtil.
Uns são comprados (viram assessores, consultores, tapetes do poder, etc.), outros silenciados (prateleiras) e outros vão para o desemprego. Não morrem fisicamente (pelo menos por enquanto) mas vêem a dignidade ir desta para melhor.
Os últimos governos do reino (do Partido Socialista de José Sócrates, do PSD de Pedro Miguel Passos Relvas Coelho) lideram a guerra aos Jornalistas. Estão, aliás, muito perto da vitória total.
Depois de terem comprado os que acharam necessários, de terem dado cobertura aos negócios que entenderam vitais para eliminar qualquer tipo de contestação, entraram na fase de arrumar os que (ainda) não se renderam.
Assim, pelas bandas do reino esclavagista das ocidentais praias lusitanas, há meios mais sofisticados para atingir os mesmos fins. Não é preciso dar um, ou quantos forem precisos, tiro no Jornalista.
Basta, no Natal, por exemplo, oferecer-lhe uma pistola. Depois faz-se uma reestruturação empresarial (sinónimo óbvio de despedimentos). Quando o Jornalista descobrir que não tem dinheiro para pagar o empréstimo da casa ou os estudos dos filhos... dá um tiro na cabeça.
Porquê os Jornalistas? Porque a verdade é incómoda, seja na Rússia, em Angola ou em Portugal. O que varia são os métodos para calar o mensageiro.
Apesar desta dura realidade, todos aqueles que estão de pistola em punho saíram à rua na Rússia para condenar o que se passou e dizer que a liberdade de Imprensa é um valor sagrado.
Em Portugal, apesar da guerra que o Governo move aos Jornalistas, não faltam ministros, deputados e políticos em geral (todos de pistola no bolso) a dizer que a liberdade de Imprensa é um valor sagrado.
Sagrado sim desde que não toque nos interesses instalados, desde que só diga a verdade oficial.
No tempo em que existiam Jornalistas, dizia-se que se o jornalistas não procura saber o que se passa é um imbecil, e que se sabe o que se passa e se cala é um criminoso.
Hoje, o “jornalista” que não procura saber o que se passa é inteligente, e o que sabe o que se passa e se cala é um óptimo assessor, deputado ou até administrador.
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