Ontem participei (isto é, estive presente) na Cooperativa de Ramalde (Porto – Portugal) numa das várias reuniões preparatórias de uma organização que se chama Associação para a Região Norte.
O objectivo dos organizadores, ou da comissão instaladora, ou dos “pais” da ideia, é a criação da Região Norte a curto prazo. E se este era, é, será, o objectivo estratégico, o motivo é que, dizem e eu concordo, a regionalização do país é o melhor modelo para o desenvolvimento do Norte e de Portugal.
À boa (ou pelo menos cada vez mais vulgar) maneira portuguesa, embora estivesse marcada paras as 18,30 horas a reunião com cerca de 40 pessoas começou às 19 horas e às 20 ainda havia alguns regionalistas (presumo) a chegar. Depois das 20 não sei o que se passou porque fui pregar para outra freguesia.
Segundo um dos promotores, José Ferraz Alves, “tal como Gandhi, também aqui o objectivo é sermos capazes de iniciar uma "marcha" pelo Norte, com causas concretas e bem definidas, envolvendo o maior número de pessoas, suas opiniões e intenções bem práticas e concretas para a promoção do desenvolvimento do Norte de Portugal”.
Esta frase não a ouvi na reunião, mas reflecte o que os promotores da associação pensam. Antes de apresentar a versão “ipsis verbis” do documento divulgado no encontro da Cooperativa de Ramalde, permitam-me já (não vão os leitores da casa desistir de ler!) a minha sintética opinião:
Fiquei com a ideia (errada, dir-me-ão os arautos deste tipo de organização) que existe muita sede de protagonismo e provavelmente dinheiro suficiente (para além das quotas dos associados) para criar os trampolins necessários para saciar essa sede (site, rádio, jornal e televisão).
Não creio, contudo, que a regionalização se faça com associações em que o mais importante é, ou pelo menos parece ser, as ideias de poder. Cá para mim ou se defende o poder das ideias ou nunca mais a carta chega a Garcia.
Veja-se então a versão oficial:
«Slogan: Região Norte para ser mais forte
Motivo: Regionalização é o melhor modelo para o desenvolvimento do Norte, e de Portugal. Exigimos poder decidir o nosso futuro, com mais eficácia e eficiência e menor custo para a região e para o país.
Objectivos Operacionais:
· Maciça adesão de sócios. Todos participam activamente e mobilizam pelo menos 10 aderentes.
· Movimento de pressão junto dos partidos para se criar a Região Norte.
· Sistematizar vantagens, benefícios e potencialidades da Região Norte
· Sistematizar desvantagens, e perdas que tivemos por não termos tido regionalização.
Elementos base:
· Região Norte = NUT II NORTE
· Associação política mas não partidária
· Associados: cidadãos e instituições
· Localização: presença nos 86 municípios do Norte
· Quota anual: 50 eur/associados individuais e 250 eur/associados pessoas colectivos
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
Órgãos Sociais:
1. Direcção com pelouros atribuídos, Comissão Executiva e Concelho Geral
(com os 86 municípios representados), e
Núcleos Municípios: com direcção eleita pelos associados de cada município.
2. Assembleia Geral (e ROC/Fiscal Único externo).
· Mandatos anuais nos três primeiros anos e bi-anuais depois.
Direcção inclui departamentos estratégicos e de estudos, e departamento de comunicação
Núcleo Estratégico e de Estudos:
· Define estratégia e posicionamento, linhas de acção e temas de debate, e escolhe elementos do Núcleo de Comunicação.
· Identifica, estuda e apresenta soluções para as grandes causas da região, como a gestão autónoma do aeroporto, a ligação ferroviária à Galiza, a defesa e expansão das ligações ferroviárias, como a do Tua a Puebla Sanábria, a competitividade e promoção do emprego, a integração económica em Euroregião, a gestão do QREN, etc. Fornece argumentos a favor regionalização e contra o centralismo.
· Temas: defesa das grandes causas da região e ataque às medidas centralistas que fazem pobre o Norte.
Núcleo de Comunicação:
· Secção /Oradores: pessoas com dotes de oratória e capacidade para mobilizar plateias.
· Secção /Escritores: com capacidade para bem escrever artigos de opinião nos media.
· Secção /Técnicos: profissionais de marketing e comunicação, prestam assessoria na reflexão e escolha das técnicas de comunicação adequadas a cada acção.
· Secção/Criativos: profissionais das áreas criativas e culturais, prestam assessoria na reflexão e escolha de acções “criativas radicais”. Exemplo: humor, arte de rua e outros eventos criativos e culturais.
· Instrumentos: http://www.nortesim.org/, Blogue, Twitter, LinkedIn, Facebook, MySpace, Hi5, etc
Acções públicas em geral:
Se conquistarmos as pessoas, será mais fácil interessar os media. Ponto muito importante, a merecer uma discussão alargada, em reunião de trabalho específica. Mote: Região Norte, em 20 anos, pobre em Portugal e na Europa. E não fazemos nada!?»
Núcleo de Comunicação:
· Secção /Oradores: pessoas com dotes de oratória e capacidade para mobilizar plateias.
· Secção /Escritores: com capacidade para bem escrever artigos de opinião nos media.
· Secção /Técnicos: profissionais de marketing e comunicação, prestam assessoria na reflexão e escolha das técnicas de comunicação adequadas a cada acção.
· Secção/Criativos: profissionais das áreas criativas e culturais, prestam assessoria na reflexão e escolha de acções “criativas radicais”. Exemplo: humor, arte de rua e outros eventos criativos e culturais.
· Instrumentos: http://www.nortesim.org/, Blogue, Twitter, LinkedIn, Facebook, MySpace, Hi5, etc
Acções públicas em geral:
Se conquistarmos as pessoas, será mais fácil interessar os media. Ponto muito importante, a merecer uma discussão alargada, em reunião de trabalho específica. Mote: Região Norte, em 20 anos, pobre em Portugal e na Europa. E não fazemos nada!?»
2 comentários:
Credo Orlando, preferia à maneira da Maria da Fonte, que partiu aqui de perto, porque o norte precisava era de se revoltar a sério! Quais media qual carapuça! Não nos vendemos por ideais a essa escumalha!
O plano que está na cabeça destas luminárias visa mesmo desmantelar o país. Talvez a sua irresponsabilidade e indiferença para com valores como solidariedade, democracia, trabalho, etc., os não leve a ter consciência de que o que estão a propôr é, objectivamente, uma estrutura para implementar a Portugaliza tão ansiada por alguns grupos de intelectuais da Galiza incapazes de travar uma luta consequente contra o centro de poder castelhano da Espanha das nações e nos queiram arrastar para conflitos que foram, bem ou mal, resolvidos há 8 séculos.
De uma coisa estão certos sobre as consequências das suas loucas aventuras: Madrid recebê-los-á no seu regaço, como sempre fez a todos os que ousaram tentar retalhar e trair o país, especialmente a partir da segunda metade do séc. XVI: durante a monarquia dual foram mamar e chuchar para Castela e a quando das invasões napoleónicas cerca de 5.000 nobres, fidalgos, vassalos e vavassalos zarparam com o séquito da Coroa para o Brasil.
Portugal (Norte incluído) precisa é de gente séria a dirigi-lo, uma forte revolução no sistema partidário português entregue a falsos políticos e falsos democratas, bandos de malfeitores que traiem quem os parturiu, assim que se apanham em redor da gamela do OE.
Não é de Regionalização que precisamos.
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