Há 243 mil famílias em Portugal que não têm nenhuma conta bancária, o que corresponde a 6,3 por cento do total de agregados familiares. Só?
Grande parte não o faz por opção, mas por viver abaixo do limiar de pobreza. Como? Pobreza em Portugal? Hum! Alguém anda a tramar o reino lusitano querendo passar a ideia de que nele existe uma face oculta.
De acordo com o INE, que recolheu estes dados no âmbito de um inquérito sobre as condições de vida e rendimento dos portugueses, 71 por cento destas famílias afirmaram que não tinham contas bancárias por não precisarem, preferindo fazer as suas transacções em dinheiro.
Mal. Está mal feito. O dinheiro foi feito para estar no banco, se possível no BCP, para que este possa ajudar os amigos do governo a ajudar o governo a ter mais amigos que sejam amigos do BCP.
Os restantes 29 por cento estarão assim marginalizados por absoluta falta de capacidade financeira para abrir uma conta à ordem, mas também por estarem impedidos legalmente devido a irregularidades.
Chatice. Toda a gente teima em denegrir a imagem de um país sério, honesto, íntegro e impoluto. Até mesmo à revelia de toda a realidade visível nos cantos e esquinas do reino, Fernando Nobre, presidente da AMI, veio dizer que a taxa de pobreza em Portugal deverá rondar os 40%. Como se alguém acredite que seja tão... baixa.
No entanto, e ainda de acordo com as informações recolhidas pelo PÚBLICO junto do INE, cerca de 51 por cento dos agregados familiares que não têm conta bancária ganharam, em 2007, 4878 euros (406 euros por mês), valor inferior à linha de pobreza relativa.
Ora! Ora! 406 euros por mês chegam muito bem. Além disso, dão perfeitamente para poupar o suficiente para ter uma ou mais contas bancárias. Porque raio é que estes milhões de portugueses a quem a miséria bate à porta, em vez de perguntarem o que é que o estado pode fazer por eles, não se questionam sobre o que é que podem fazer pelo estado?
Olhai portugueses para o que eles fazem e não para o que eles dizem. Vejam os exemplos, como o daquele humilde cidadão que começou como funcionário da CGD em Vinhais (Bragança). Há 14 anos chegou ao Governo como secretário de Estado da Administração Interna. Tempos depois, em 2000, já era ministro adjunto do primeiro-ministro.
Depois, com muito suor e lágrimas (não sei se houve sangue), criou a Fundação para a Prevenção e Segurança, entidade que embora fosse privada tratava das campanhas de prevenção rodoviária para o Estado. Em 2006, foi nomeado administrador da CGD. Tempos depois passou para o Millenniu bcp e duplicou o ordenado.
E como se isso não bastasse, ainda teve tempo para colaborar com um humilde sucateiro e dar uma ajuda ao amigo Joaquim.
Sem comentários:
Enviar um comentário