sábado, novembro 28, 2009

A Saúde às vezes está, no mínimo, doente

O Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (Portugal), a fazer fé no seu Presidente do Conselho de Administração, José Alberto Marques, incorpora modernas tecnologias da saúde, particularmente sistemas de informação e comunicação nas áreas clínicas, administrativas e de gestão.

Reconhecendo, no que à Unidade Hospital Padre Américo (Penafiel) respeita, todas estas qualidades, não deixará de ser oportuno dar público testemunho de algo que, podendo ser uma excepção, me parece relevante.

Por necessidade de pessoa da família, com 84 anos de idade, tive de estar neste hospital várias vezes nos últimos 15 dias. Ontem, por exemplo, passei lá oito horas. Estas visitas, quase sempre demoradas, permitem conclusões ou, pelo menos premissas, relevantes.

Ontem, a pessoa em questão, deu entrada às 14 horas e foi vista pelo médico às 18,45 horas. Esteve, portanto, quase cinco horas numa cadeira de rodas à espera da sua vez. E depois de vista pelo médico ainda aguardou mais duas horas e meia pelo resultado da análise ao sangue e à urina.

Tendo estado três vezes nos últimos 15 dias na urgência do Hospital Padre Américo pelo mesmo problema, dá para comparar a forma, a metodologia, a eficácia, a funcionalidade e o profissionalismo dos três médicos diferentes que a consultaram.

O primeiro fez o diagnóstico que certamente achou mais correcto, tendo para isso prescrito os medicamentos que entendeu correctos. Como não se viam melhoras, a doente volta à urgência e, é claro, é vista por outro médico. Este indigna-se com os medicamentos receitados pelo colega, dasabafa alguns impropérios, e receita nova medicação.

Dias depois a doente continua igual, ou seja mal, e volta à urgência. Novo médico, novas censuras aos colegas e, como é óbvio, nova medicação.

Caricato? Se calhar não. Mas que alguma coisa vai mal, isso vai.

E se isto é o essencial, há mais considerações que devem ser feitas em abono da verdade. Ontem, por exemplo, das 14 horas às 22 horas a casa de banho dos homens, disponível para os acompanhante dos doentes, junto à Ala B da Urgência, não tiveram nem sequer sabão, quanto mais desinfectante para as mãos. A não ser que o Hospital Padre Américo esteja imune à Gripe A... Alertei um dos funcionários que se prontificou a resolver a questão. No entanto, ao vir embora tudo estava na mesma.

Por último, acrescento a escelente cordialidade e eficiência dos funcionários que estão no atendimento aos familiares dos doentes que, com uma paciência divinal, procuram dar satisfação a todos os pedidos, engolindo muitas vezes ofensas injustas (eventualmente compreensíveis) por parte de familiares a quem a paciência se esgota ao fim de horas e horas de espera.

2 comentários:

Anónimo disse...

Isso é uma fotocópia aqui do Hospital de Famalicão, com a excepção dos funcionários de atendimento serem simpáticos! ou seja, ou paga, ou está tramado! Nem me fale em hospitais... é de fugir... peça o livro amarelo, pode ser que resulte.

Gil Gonçalves disse...

Trabalho retomado em:

http://guineveremedicina.blogspot.com/