O mais recente país do mundo, o Sudão do Sul, que declarou a sua independência no sábado, vai tornar-se o Estado membro número 193 da Organização das Nações Unidas ainda esta semana.
O país está também a tratar de ter moeda própria. De acordo com a agência AP, deverá nascer a libra sul-sudanesa, com a imagem do antigo líder John Garang, um dos grandes obreiros do acordo de paz com o Norte em 2005.
Apesar de ser rico em petróleo, o Sudão do Sul nasce como um dos países mais pobres do mundo, com altas taxas de mortalidade materna, a maioria das crianças fora da escola e um elevado índice alto de analfabetismo que entre as mulheres chega a 84%.
No Sudão do Sul estão 75% das reservas de petróleo do antigo Sudão, localizadas sobretudo na região de Abyei. Porém, é no norte que se encontram os oleodutos e os portos.
Angola esteve condignamente representada nas cerimónias da independência, de que são exemplos o secretário de Estado das Relações Exteriores, Manuel Augusto, o secretário do MPLA para as Relações Exteriores, Afonso Van-Dúnem "Mbinda", o chefe do Estado-Maior General adjunto das Forças Armadas Angolanas, general Jorge Barros "Nguto" e o embaixador Dombele Bernardo.
A delegação angolana mostrou-se disponível para apoiar com a sua experiência e conhecimento, o Sudão do Sul em todos os domínios, facto que aliás consta da mensagem do Chefe de Estado angolano (não eleito e há 32 anos no poder), José Eduardo dos Santos, ao seu homólogo do Sudão do Sul, Salva Kiir Mayardit.
Aproveitando o balanço, o general Jorge de Barros "Nguto", discutiu em Juba, a capital do Sudão do Sul, com o chefe das Forças Armadas locais, James Hoth Mai, as possibilidades de cooperação no sector militar, admitindo-se que as Forças Armadas de Angola venham a dar um apoio decisivo às Forças Populares de Libertação do Sudão (SPLA).
Interessante foi, contudo, a declaração do secretário do MPLA para as Relações Exteriores, Afonso Van-Dúnem "Mbinda" que, falando aos jornalistas, disse que “o MPLA, partido maioritário em Angola, sempre lutou por causas justas”.
E a ser verdade, quem sou eu para o negar, o que diz Afonso Van-Dúnem "Mbinda", tudo leva a crer que um dia destes veremos o MPLA a também lutar pela causa justa de… Cabinda.
Embora a comunidade internacional (CPLP, União Europeia, ONU, União Africana) assobie para o lado, o problema de Cabinda existe e não é por pouco se falar dele que ele deixa de existir. Se calhar estão de novo à espera que os cabindas apostem na razão da força...
Mas tal não será necessário, pois não senhor Afonso Van-Dúnem "Mbinda"? Ou será que Angola tem dois pesos e duas medidas? Ou será que o que é justo é mensurável só em função de local? Ou será que o que é justo no quintal do vizinho deixa de o ser quando se passa no nosso?
Cabinda é um território ocupado por Angola e nem o potência ocupante como a que o administrou pensaram, ou pensam, em fazer um referendo (como aconteceu no Sudão) para saber o que os cabindas querem. Seja como for, o direito de escolha do povo não prescreve, não pode prescrever, mesmo quando o importante é apenas o petróleo.
1 comentário:
Falste , mano Orlando! Tens argumentos e coragem dum homem isento! Pena que ninguém te escuta.
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