O secretário-geral do PSD, hoje ministro, Miguel Relvas, afirmava em Abril deste ano que o PS escolheu para cabeças de lista ministros e secretários de Estado que "quase arruinaram Portugal".
O PS certamente dizia que, por sua vez, o PSD escolheu aqueles que melhor estão preparados para arruinarem Portugal. E, ao que parece, são cada vez mais os portugueses que já estão tentados a ter saudades de José Sócrates.
E, num caso ou no outro, uma coisa é certa. Portugal está e estará arruinado.
Com farinha do mesmo saco, nem os condimentos serão suficientes para mostrar que o pirão é diferente.
Miguel Relvas dizia ainda que "o PSD está de consciência tranquila, com uma grande esperança, com equipas rejuvenescidas, com equipas de grande qualidade, com muitos independentes".
Equipas rejuvenescidas no PSD? É verdade, se rejuvenescer significar trocar as onças por gatos bravos, colocar estagiários no lugar dos profissionais. Quanto à qualidade, basta recordar que o partido não escolheu, por exemplo, Fernando Nobre para presidente do Parlamento.
Se Passos Coelho estivesse a formar uma equipa de basquetebol, certamente que a iria rejuvenescer e dar-lhe altos índices de qualidade contratando alguns dos melhores... tenistas.
Miguel Relvas dizia igualmente que “muitos destes independentes que no passado poderiam ter acompanhado o PS acompanham hoje o PSD, porque sabem que o projecto de mudança está com o PSD e está com Passos Coelho".
É verdade. Muitos dos que hoje estão com a camisola laranja estavam, ontem, vestidos de rosa. Isso significa que o actual PSD apresenta um credível projecto de mudança? Não. Significa que esses (in)dependentes estarão (quase) sempre do lado do vencedor.
Também o então líder parlamentar e hoje ministro, Miguel Macedo, dizia há um ano: "O que temos hoje no país é impostos a mais, endividamento a mais, despesa pública a mais, riqueza a menos, poder de compra a menos, dificuldades a mais para as famílias e para as empresas".
Tudo isto era verdade. Era e é, acrescente-se.
Miguel Macedo apontou então os "mais de cem mil portugueses que abandonam por ano o país porque não encontram em Portugal um presente e, sobretudo, não vislumbram em Portugal um futuro", e criticou os resultados invocados e o tom utilizado pelo então primeiro-ministro, José Sócrates.
E então? Nada. O PSD tinha e continua a ter uma garganta suficientemente funda para ir dizendo algumas verdades mas, até agora, apresenta-se como um partido castrado ou, pelo menos, detentor de tomates amovíveis. Sendo que a maior parte das vezes os deixa na gaveta.
Segundo o então líder parlamentar do PSD, "os portugueses hoje não vivem melhor depois de cinco anos de Governo socialista" e Portugal é "um país com mais pobres, mais excluídos e mais desigualdades".
Só faltou dizer que os portugueses que estão a aprender a viver sem comer são cidadãos de terceira, ou seja são todos aqueles que pensam pela sua própria cabeça e que não têm nem coluna vertebral nem tomates amovíveis.
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