O “Retrato da Semana” que ontem António Barreto publicou no Público deveria ser suficiente para fazer rolar algumas cabeças do Governo, a começar pela do primeiro-ministro, bem como de muitos responsáveis pela imprensa (lato sensu). Nada disso aconteceu, acontece ou acontecerá. E porquê? Porque “este é o mundo em que vivemos: a mentira é uma arte. Esta é a nossa sociedade: o cenário substitui a realidade. Esta é a cultura em vigor: o engano tem mais valor do que a verdade”.
Segundo António Barreto, os ex-assessores agora chamados de "Press officers e Media consultants", falam todos os dias com os administradores, directores e jornalistas das televisões, das rádios e dos jornais e (no que aos jornalistas respeita) “escrevem notícias com todos os requisitos profissionais, de modo a facilitar a vida aos jornalistas”.
Acrescenta António Barreto que “mentem de vez em quando. Exageram quase sempre. Organizam fugas de imprensa quando convém. Protestam contra as fugas de imprensa quando fica bem. Recompensam, com informação, os que se conformam. Castigam, com silêncio, os que prevaricaram. São as fontes. Que inundam ou secam.”
O texto de António Barreto é demolidor para os que, por serem filhos de boa gente, se sentem atingidos. Apesar disso, tudo vai ficar na mesma. Será porque os jornalistas não são filhos de boa gente? Será porque já não existem jornalistas? Será porque se deixam comprar por um prato de lentilhas? Será porque querem ser “Press officers e Media consultants”?
De facto, por muito que me custe, começo a ver que, ao fim de trinta e tal anos, a minha profissão (não tanto pelo corrupto silêncio dos maus, mas pela indiferença dos bons) está a ser cada vez mais um antro muito mal frequentado.
Talvez agora muitos compreendam o que há anos ando a pregar. Talvez agora os alunos do ISLA de Vila Nova de Gaia se espantem menos com o que eu disse, no passado dia 19 de Novembro, na primeira sessão da iniciativa “Milénio da Comunicação”. Ou seja, que “o jornalismo está em extinção e no seu lugar aparecem os produtores de conteúdos”.
Segundo António Barreto, os ex-assessores agora chamados de "Press officers e Media consultants", falam todos os dias com os administradores, directores e jornalistas das televisões, das rádios e dos jornais e (no que aos jornalistas respeita) “escrevem notícias com todos os requisitos profissionais, de modo a facilitar a vida aos jornalistas”.
Acrescenta António Barreto que “mentem de vez em quando. Exageram quase sempre. Organizam fugas de imprensa quando convém. Protestam contra as fugas de imprensa quando fica bem. Recompensam, com informação, os que se conformam. Castigam, com silêncio, os que prevaricaram. São as fontes. Que inundam ou secam.”
O texto de António Barreto é demolidor para os que, por serem filhos de boa gente, se sentem atingidos. Apesar disso, tudo vai ficar na mesma. Será porque os jornalistas não são filhos de boa gente? Será porque já não existem jornalistas? Será porque se deixam comprar por um prato de lentilhas? Será porque querem ser “Press officers e Media consultants”?
De facto, por muito que me custe, começo a ver que, ao fim de trinta e tal anos, a minha profissão (não tanto pelo corrupto silêncio dos maus, mas pela indiferença dos bons) está a ser cada vez mais um antro muito mal frequentado.
Talvez agora muitos compreendam o que há anos ando a pregar. Talvez agora os alunos do ISLA de Vila Nova de Gaia se espantem menos com o que eu disse, no passado dia 19 de Novembro, na primeira sessão da iniciativa “Milénio da Comunicação”. Ou seja, que “o jornalismo está em extinção e no seu lugar aparecem os produtores de conteúdos”.
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