Os governos ocidentais de uma forma geral e os portugueses em particular, continuam a confundir o gato com a onça no que a África respeita. Mais, muito mais do que olhar para os africanos, Portugal olha, permite que se olhe e incentiva a que se olhe apenas para as riquezas africanas.
Como muito bem dizia Paulo Morais num artigo publicado em Maio do ano passado no Diário Económico, “muita da designada cooperação económica é apenas e tão só uma nova forma de exploração, que se alicerça no conluio entre poderosas empresas europeias e os ditadores locais”.
É claro que, do ponto de vista dos euros ou dos dólares, esta estratégia empresarial tem êxito garantido. Dir-me-ão, com toda a legitimidade e razão, que as empresas não são instituições de misericórdia. É claro que não são. E se o não são nos países de origem, muito menos o serão nos países onde só vão sacar.
É pena. Bem poderiam fazer história se se lembrassem que os africanos são gente. Aceito, contudo, que me digam que antes de serem as empresas a pensar que os africanos são gente, deveriam ser os seus próprios líderes a pensar nisso. E, é claro, eles só pensam em si.
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