Se os nomes, e sobretudo as filiações partidárias, tiverem algum valor especial para os portugueses, nomeadamente para os que (sobre)vivem neste quintal à beira mar (re)plantado, então este Governo deu uma (mais uma) prova de que, afinal, a tradição continua a ser o que era e que, como ontem, os "jobs" são para os "boys", os génios são menos importantes do que os néscios desde que estes tenham cartão do partido.
José Sócrates começou como leão faminto e já está na fase do sendeiro, se bem que na altura das eleições vá regressar com um ar de leopardo. Falta é saber se a memória dos portugueses será, como prevê a equipa do primeiro-ministro, tão curta como isso.
O Governo simulou que queria alterar o (mau) estado das coisas mas, mais uma vez, foi mais a parra do que a uva. Mais o acessório do que o essencial. Mais o socialismo do que o BCP.
A meio do campeonato eleitoral começou a fazer das suas e como sabe - honra lhe seja feita - que a comunicação social é vital para vender gato por lebre, já colocou os jornalistas do partido nos locais certos, já fundiu o que havia para fundir de modo a que os verdadeiros Jornalistas entendam que mais vale ser um propagandista de barriga cheia do que um ilustre Jornalista com ela vazia.
... E os Jornalistas entenderam.
Alguns (muito poucos) ainda quiseram saber algo mais. No entanto, foram confrontados pelos que sabem tudo (embora raramente façam melhor) e que, como John Kennedy, disseram: "É a altura, não de perguntar aquilo que o grupo pode fazer por nós, mas aquilo que todos podemos fazer pelo grupo".
Por outras palavras, ouviram a mais pura e dura tese de que "quem pode manda".
É claro (para mim - entenda-se) que este Governo (tal como os outros) está-se nas tintas para os portugueses em geral e para os Jornalistas em particular.
Porquê? Porque, regra geral, os Jornalistas sabem contar até 12 sem terem de se descalçar. Assim sendo, fazem contas e chegam à conclusão de que o melhor é estar de acordo, é dizer sempre que sim, é ter o cartão do partido que está no poder.
É que, se não for nos jornais haverá sempre um lugar como assessor que, mais volta menos volta, abre as portas para se ser director de um jornal onde o Estado/Governo manda ou tem quem mande.
Como disse Inês Pedrosa, "temos cada vez mais jornalistas que saltam das redacções para se tornarem criados de luxo do poder vigente".
E, é claro, depois dessa rodagem há sempre a possibilidade de ver criados saltarem do poder para serem directores de jornais.
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