A onda de intimidação contra cidadãos que defendem democraticamente situações anómalas nas sociedades modernas continua a crescer cada dia que passa em Angola. Depois de responsáveis da Associação Justiça, Paz e Democracia terem sido recentemente ameaçados de cadeia por estarem contra vários atropelos à justiça angolana, desta vez o “aviso” de morte coube ao jornalista e director do Semanário Folha 8, William Tonet, numa carta anónima escrita em letra de computador sem no entanto ter uma assinatura.
A mesma sorte, tiveram os responsáveis do projecto Criança Futuro, cujo patrono é o ex-chefe dos Serviços de Inteligência Externa Fernando Garcia Miala, também ameaçados de morte numa carta anónima.
Falando a rádio Despertar no dia 18 de Janeiro de 2008, William Tonet disse que a carta traz consigo avisos que não abonam em nada a sã vivência que o país procura.
Entretanto o também jurista não admira esta “febre” de intimidações que se regista um pouco por todo lado.
“ É verdade que a nossa sociedade está estigmatizada em classes. Os muito pobres e outros muito ricos, e quando alguém se calhar dá voz a quem não tem voz, isto preocupa determinados sectores. Não posso aferir em concreto quem será, mas nós naturalmente desconfiamos ter uma certa proveniência”, revelou.
Mas no meio de tudo isto, o jornalista William Tonet mostra-se sereno e diz que vai continuar a trabalhar em prol dos que não têm voz, tendo aproveitado a ocasião para lembrar uma frase bíblica que diz: viemos do pó e voltamos para o pó.
“Estamos serenos, estamos aqui a fazer o nosso trabalho e a dizer que todos enquanto mortais vamos para o mesmo caminho, estamos em cima da terra de passagem, mas não pudemos abdicar das nossas convicções. Não vamos recuar, não nos vamos deixar intimidar, esperando sim que o nosso país possa mudar e possa ser mais justo, possa naturalmente dar iguais oportunidade a todos e não haja coronéis dispostos a fazer justiça por mãos próprias”, rematou.
Isto acontece numa altura em que o jornalista e correspondente da Rádio Ecclésia no Namibe, Armando Chicoca, vai ser posto em liberdade no dia 21 de Janeiro de 2008, depois de cumprir uma pena correcional de 30 dias acusado de desobediência à ordem pública.
Fonte: Kwacha.net
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