O Presidente de Cabo Verde defendeu hoje, em Lisboa, que a evolução da afirmação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) na cena internacional necessita de "paciência e de preserverança". Pedro Pires diz o que dele talvez se espere, um discurso politicamente correcto.
Pedro Pires, que está em Lisboa desde domingo, falava aos jornalistas numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo português, Aníbal Cavaco Silva, após um encontro entre ambos, no Palácio de Belém.
"Temos de ter paciência e preserverança e construir, pouco a pouco, as bases para a consolidação da CPLP e para a demonstração da sua utilidade", sustentou o chefe de Estado cabo-verdiano.
Pedro Pires sabe bem que a CPLP precisa é de fazer em vez de dizer que vai fazer, precisa de dirigentes que dêem um murro na mesa, que digam que o rei (seja ele qual for) vai nu ou que, de uma vez por todas, já é tempo de encerrar para balanço ou definitivamente algo que, na prática, não passa de um elefante branco.
Pedro Pires é um dos presidentes dos "oito" que participa, quinta e sexta-feira, na VII Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, para a qual já estão confirmadas as presenças de cinco dos seus homólogos.
Além de Pedro Pires, estão confirmadas as vindas dos chefes de Estado da Guiné-Bissau, João Bernardo "Nino" Vieira, Timor-Leste, José Ramos-Horta, e de São Tomé e Príncipe, Fradique de Menezes, bem como a do presidente anfitrião, Cavaco Silva.
O presidente moçambicano, Armando Guebuza, já informou que não estará presente, havendo também dúvidas quanto à presença dos seus homólogos de Angola, José Eduardo dos Santos, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.
Mesmo que com algumas ausências de peso, sairão (mais uma vez) conclusões da cimeira dignas de uma antologia de boas intenções. Mas como dessas está o inferno cheio, é preciso que alguém os tenha no sítio para ver se, de uma vez por todas, os membros da CPLP querem ou não esta comunidade.
É que, assim, o melhor mesmo é encerrar definitivamente por clara e inequívoca falência.
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