Nas vésperas das comemorações(?) do segundo aniversário da assinatura do memorando de entendimento para a paz (para quê?) em Cabinda, um grupo de membros da extinta Associação Cívica de Cabinda(Mpalabanda) interpelou, através de um documento, a comunidade internacional a não esquecer (como é sua regra de ouro, de diamantes ou de petróleo) o drama de Cabinda, onde as violações dos direitos humanos, mortes e miséria continuam a assombrar a população daquele território militarmente ocupado por Angola.
No documento dirigido à União Africana, Nações Unidas, União Europeia e ao próprio Governo angolano, os signatários rogam aos governos com interesses económicos na região, para que compreenderem que Cabinda não é só o petróleo mas também um povo com direito à vida e ao usufruto dos seus recursos.
O documento tece ainda críticas ao silêncio manifestado pelos partidos políticos da oposição angolana, nomeadamente a UNITA e a FNLA, no período pré-eleitoral relativamente à continuação da guerra em Cabinda, um comportamento que no seu entendimento permite perspectivar uma política integracionista do território militarmente ocupado por Angola, tal como aconteceu em 1975, nos acordos de Alvor, em Portugal e por manifesta cobardia do Governo de Lisboa.
O documento expõe ainda que a situação no interior de Cabinda se mantém brutal e que mais de dois terços da sua população encontra-se deslocada das suas aldeias por causa do conflito que opõe as forças de ocupação de Angola aos independentistas da FLEC.
Os signatários lamentam, por outro lado, o drama do jornalista Fernando Lelo, detido pela Segurança Militar das forças angolanas de ocupação, em Novembro de 2007, cuja sentença não foi ainda divulgada pelo Tribunal Militar de Cabinda, um impasse que já leva mais de dois meses sem qualquer justificação pelas instâncias judiciais da potência ocupante, Angola.
Angola, no dizer dos signatários jamais atingirá o estado democrático e de direito enquanto continuar a negar a liberdade ao povo de Cabinda e prometem engajar-se na defesa da sua identidade como povo.
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