Os seguidores do "carniceiro da Bósnia" (Radovan Karadzic) estão a ameaçar de morte os políticos da Sérvia, começando pelo próprio presidente Boris Tadic. A extradição para Haia deverá acontecer terça-feira.
O presidente sérvio, Boris Tadic, e outras altas autoridades do país estão a receber constantes ameaças de morte. Tudo começou no dia em que o ex-líder sérvio-bósnio acusado de crimes de guerra e genocídio, Radovan Karadzic, foi preso.
Segundo o jornal "Blic", além de Tadic, são também alvo de ameaças o ministro do Interior sérvio, Ivica Dacic, o procurador para os crimes de guerra, Vladimir Vukcevic, e o presidente do conselho governamental de cooperação com o Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia, Rasim Ljajic.
Todos receberam, entre outras ameaças, cartas em forma de bilhetes mortuários e advertências por telefone, como "uma bomba está debaixo do seu carro" ou "terminará como Zoran Djindjic (ex--primeiro-ministro assassinado em 2003)".
Segundo o "Blic", os serviços secretos e a Polícia aumentaram o grau de protecção das autoridades, mas, do Gabinete de Tadic, não foi confirmada nem desmentida a existência destas ameaças.
No entanto, segundo os serviços secretos de alguns países europeus, as ameaças podem concretizar-se devido à aguerrida, embora pouco numerosa, falange de apoio ao "carniceiro da Bósnia".
Karadzic foi detido na segunda-feira nos arredores de Belgrado, onde vivia e trabalhava com identidade falsa e irá, segundo o seu advogado, aguardar até aos minutos finais do prazo legal para interpor recurso da extradição para o TPI, em Haia, na Holanda.
Apesar da tentativa legal de atrasar o processo, Karadzic deverá ser extraditado na terça-feira. A sua estratégia de defesa, em Haia, deverá passar por sucessivos recursos de modo a protelar o processo até 2010, ano em que termina o mandato do TPI.
Radovan Karadzic enfrenta diversas acusações, entre as quais a de genocídio (morte de 8 mil muçulmanos em Srebenica, em Julho de 1995) e de crimes de guerra (bombardeamento a Sarajevo, onde usou 284 soldados das forças de paz da ONU como escudos humanos, em Maio e Junho de 1995).
Fonte: Jornal de Notícias (Portugal)/Orlando Castro
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