O Tribunal Penal Internacional acusou o presidente do Sudão de crimes de guerra e genocídio em Darfur. Como resultado, a missão da ONU e da UA suspendeu a actividade no país e a debandada dos estrangeiros já começou.
O principal promotor do Tribunal Penal Internacional (TPI), Luis Moreno Ocampo, emitiu um mandado de prisão contra Omar Hassan Ahmad al-Bashir, considerando ter matéria de facto suficiente para ordenar a sua detenção. Segundo a acusação, o presidente sudanês é responsável pelas mais de 300 mil pessoas que, nos últimos cinco anos, morreram em Darfur.
Embora a acusação de Moreno Ocampo tenha ainda de ser confirmada por outras instâncias superiores do TPI, tudo leva a crer que o veredicto seja mesmo o de emitir o mandado de prisão. Segundo vários magistrados, forram carreadas para o processo novas e inequívocas provas quanto à participação, tanto política como militar, do presidente sudanês no genocídio de Darfur.
Entretanto, a missão militar conjunta da ONU e da União Africana em Darfur (UNAMID) anunciou a "suspensão por tempo indeterminado" das suas actividades, alegando que a ordem de detenção contra o presidente sudanês poderá gerar uma tamanha onda de violência capaz de fazer implodir toda a região.
Embora oficialmente a UNAMID apenas tenha pedido aos seus funcionários estacionados em Darfur para não sairem de casa, fontes locais garantem que a maioria está a abandonar a região e até mesmo o país.
Na capital, Cartum, assiste-se já a uma debandada dos ocidentais, nomeadamente através do aeroporto. "Os estrangeiros estão a abandonar o Sudão a toda a velocidade", afirmam fontes das organizações humanitárias.
Apesar de o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ter obtido garantias do Governo sudanês quanto à segurança dos estrangeiros, o departamento de Estado dos EUA tomou já as medidas consideradas necessárias para proteger o pessoal da ONU.
Washington reconhece que os esforços internacionais para prender o presidente do Sudão podem desencadear uma reacção violenta contra os estrangeiros, sobretudo visando os militares internacionais.
Fonte: Jornal de Notícias (Portugal)/Orlando Castro
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