A explosão de um carro matou, em Gaza, vários membros do Exército do Hamas. Embora responsabilize a Fatah, o grupo decidiu usar a força para descobrir os autores. Assim, até prova em contrário todos são culpados.
O Hamas, que viu no atentado de sexta-feira uma forma de alguém pôr em dúvida a sua autoridade política e militar na Faixa de Gaza, resolveu impor a sua ordem e, pela força das armas, atacou as organizações suspeitas, provocando vários mortos, dezenas de feridos e centinas de detidos.
O primeiro de vários confrontos deu-se quando o Hamas tentou prender membros do Exército do Islão, um pequeno grupo suspeito de ter ligações à al-Qaeda mas que tem estado pouco activo.
Depois de prender perto de 200 militantes da Fatah, organização do presidente palestiniano Mahmud Abbas, e pouco preocupado com os desmentidos desta organização quanto à suposta autoria do ataque contra as Brigadas Ezzedine al-Qassam, o seu braço militar, o Hamas começou a caça ao homem.
A confirmar-se, como diz o Hamas, a ligação da Fatah ao ataque, trata-se da mais explosiva ocorrência entre o Hamas e a organização de Abbas nos últimos oito meses na Faixa de Gaza.
"Este acto criminoso prova que o apelo ao diálogo lançado de Ramallah (onde está o quartel general de Mahmud Abbas) é uma mentira destinada a ganhar tempo para aniquilar as nossas forças de segurança", afirma o Hamas.
"Os que cometeram este crime declararam guerra ao islamismo e à resistência palestiniana", afirma o Hamas, acrescentando que a Fatah está "mais interessada em dialogar com os israelitas do que em defender os palestinianos".
Recorde-se que o Hamas tomou o poder na Faixa de Gaza em Junho do ano passado após um golpe militar contra a Fatah, que agora controla apenas a Cisjordânia.
Fonte: Jornal de Notícias (Portugal)/Orlando Castro
Fonte: Jornal de Notícias (Portugal)/Orlando Castro
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