sábado, julho 26, 2008

Horta elogia Xanana. Tudo em família

O Presidente da República de Timor-Leste, José Ramos Horta, disse hoje em Ovar (norte de Portugal) que a adesão de mais um partido político, a UNATIM, à actual coligação governamental timorense significa confiança no governo de Xanana Gusmão. Claro! Está tudo em família.

Questionado sobre a estabilidade governativa no seu país, Ramos Horta disse não poder responder “se a coligação sobrevive aos problemas do dia-a-dia ou não”, mas elogiou o primeiro-ministro pelo equilíbrio que tem conseguido. É isso. Equilíbrio. Nem sempre erecto, mas…

“Elogio Xanana por conseguir gerir até hoje essa coligação, o que não é fácil, porque o governo foi constituído em negociações entre quatro partidos, a que se juntou há cerca de um mês mais um, liderado por um prestigiado guerrilheiro com mais de 24 anos de luta, o que significa confiança”, disse. Falta saber o que pensa o povo, mas esse pouco conta.

As declarações do Presidente da República de Timor-Leste foram proferidas em Ovar, onde se deslocou para visitar a exposição de pintura “ADN, Abertura da descoberta da nau”, da artista plástica Maria Dulce, sua familiar, tendo sido recebido nos Paços do Concelho.

Durante a cerimónia, Ramos Horta havia descrito a actual situação no seu país, afirmando que “o governo de Xanana Gusmão foi eleito ainda com feridas, mas tem condições que não havia no passado para resolver os problemas, em especial dos mais pobres”.

É sempre assim. O passado tem as costas largas. Tão largas que, por exemplo, em Portugal ainda se justifica muita asneira actual com os resquícios da outra Senhora.

Segundo o Presidente da República timorense, “a situação é agora estável e a economia está a arrancar, havendo motivação por parte do governo”. “Vamos dar o tempo necessário ao governo, que saiu de uma grande crise, para melhorar as condições da população. O país está tranquilo e os problemas institucionais resolvidos” disse Horta.

Acredito em Ramos Horta. O país está tranquilo. Já o mesmo não se poderá dizer de quem lá vive. Esses continuam de barriga vazia, sem acesso a hotéis de cinco estrelas ou aos faustosos manjares das cimeiras internacionais do tipo daquela (a da CPLP) que decorreu em Lisboa.

“A tragédia de Fevereiro só me aconteceu a mim e não ao Povo e hoje Timor-Leste está num processo de estabilização”, concluiu Ramos Horta. É verdade, sim senhor. Horta ia morrendo de uma só vez. O povo, esse vai morrendo aos poucos.

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