A dívida externa de São Tomé e Príncipe a Portugal, no valor de 35 milhões de dólares (22 milhões de euros), foi perdoada com a assinatura hoje em São Tomé de um acordo entre os dois países. Concordo. Até porque poderá igualmente facilitar a compra de umas quintas, ou algo semelhante, em Portugal, tal como fez o general angolano Hélder Vieira Dias, “Kopelipa”, («Novos colonos angolanos somam e seguem nesse jardim lusitano a norte de Marrocos»).
O acordo foi assinado pelos ministros das Finanças de Portugal, Fernando Teixeira dos Santos, e de São Tomé e Príncipe, Ângela Viegas, no âmbito da visita de trabalho de 24 horas (tempo mais do que suficiente quando se trata de perdoar dívidas) que o governante português está a efectuar ao arquipélago.
Além do acordo para o perdão da dívida, os dois governantes assinaram mais um acordo, sobre a assistência técnica e o reforço das capacidades das finanças públicas entre os dois países, e um memorando de entendimento. O memorando de entendimento destina-se à abertura de uma linha de crédito de 50 milhões de euros a São Tomé e Príncipe. Não se sabe se as tais quintas se inserem, ou não, neste âmbito.
Na ocasião, a governante são-tomense salientou que o perdão da dívida "vai ajudar bastante" as finanças são-tomenses, porque, acrescentou, "os recursos decorrentes serão encaminhados para programas de desenvolvimento e de luta contra a pobreza". Esperemos.
No entanto, segundo a lógica socialistas reinante em Lisboa, fica sempre bem pedir aos pobres do países ricos para dar aos ricos dos países pobres.
Fernando Teixeira dos Santos disse, por seu lado, que o acordo de perdão da dívida se enquadra na vontade de Portugal em "concretizar as decisões do Clube de Paris" e marca a "viragem de uma página do passado".
Marca mesmo. Mas, creio eu, se fosse José Sócrates teria virado uma página do futuro. É que com ele não há passado nem presente.
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