Portugal está a mudar. Seja porque as eleições exigem alterações estratégicas dos socialistas donos da verdade, seja porque os portugueses (embora sem grandes alternativas) descobriram que compraram um primeiro-ministro como se fosse um stradivarius mas que, afinal, é apenas um violino feito com latas de sardinha.
Durante anos (muitos, é certo) Portugal parecia um país sério, mas não era. Agora não parece nem é. São cada vez mais os exemplos (políticos, empresariais etc.) dos que se julgam pianistas só porque compraram um piano, que se julgam pintores só porque decoraram as cores do arco-íris. Aliás, continuam a ter em cima do piano a foto em que aparecem a cumprimentar José Sócrates (o cartão do partido, esse está na carteira).
Por outras palavras, se se medir o nível intelectual deste Portugal “made in Largo do Rato” pelo número de pianos, obras de arte etc. é certo que o país está bem colocado. Os socialistas, entre outros similares, sempre gostaram de ser de Esquerda e de viver à Direita.
Por outras palavras, se se medir o nível intelectual deste Portugal “made in Largo do Rato” pelo número de pianos, obras de arte etc. é certo que o país está bem colocado. Os socialistas, entre outros similares, sempre gostaram de ser de Esquerda e de viver à Direita.
Numa sociedade onde o que importa é o que se aparenta, onde o relevante é o deslumbrante “play-back” de Luciano Pavaroti quando se tem voz de Zé Cabra, são cada vez mais os que estão na ribalta embrulhados em etiquetas sociais de renome, talvez até importadas de Paris. O presente é, ou parece, ser deles. Se o futuro também o for, então Portugal estará cada vez mais perto de Marrocos.
São como os frutos de plástico que ornamentam as exposições de mobiliário. Lindos, gostosos e sedutores quando vistos à distância… Pena é, contudo, que como a fome é negra, qualquer prato de lentilhas chega para comprar consciências.
Não deixa, contudo, de ser elucidativo ver como o acessório é mais relevante do que o essencial, como o embrulho é mais importante do que o produto, como a capa é mais vital do que o conteúdo, como o cargo é mais paradigmático do que tudo o resto.
É uma sociedade de faz de conta, onde o que importa é dizer-se que se tem um stradivarius por que se sabe que ninguém vai querer saber que o instrumento é, afinal, feito com as tais latas de sardinha e foi comprado na Feira da Vandoma, no Porto.
E assim não vamos lá. Portugal precisa de uma estratégia (ou desígnio) que valorize quem tem ideias e não quem diz que as tem. Que institua o primado da competência independentemente da filiação partidária e das cunhas.
No entanto, para os especialiats em “play-back” de competência, e no caso de ainda o não terem feito, aconselho que garantam, antes que seja tarde, um tacho.
Para isso vão a:
1 comentário:
Orlando de Castro:
Subscrevo completamente as tuas ideias e essa do "stradivarius" cai-lhe que nem uma luva. Saudações bloguistas.
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