A UNITA acusou hoje a União Africana e a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral de pactuarem com a "ilegitimidade e o desrespeito das normas internacionais" ao aceitarem Robert Mugabe no seu seio como Presidente do Zimbabué. Não posso estar mais de acordo.
Em declarações à Lusa, em Luanda, o porta-voz do maior partido da oposição em Angola, Adalberto da Costa Júnior, defendeu que o Governo angolano e o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, "não devem dar cobertura" à "eleição ilegítima" de Mugabe. Aqui, embora esteja de acordo, penso que a UNITA se esquece quer da falta de legitimidade democrática de Eduardo dos Santos, quer do tempo que ele (bem como o MPLA) estão no poder.
Adalberto da Costa Júnior considerou que "aqueles que dão cobertura à farsa que elegeu Robert Mugabe" estão a "incorrer na co-responsabilidade às violações dos direitos do povo zimbabueano". É verdade. Dura, como todas as verdades.
"Os líderes africanos não devem aceitar Robert Mugabe no seu seio sob pena de oficializarem este tipo de transições políticas", disse o secretário para a informação da UNITA e porta-voz do partido, adiantando como exemplos a não seguir os casos do Quénia e do Zimbabué.
A UNITA alertou ainda para a possibilidade de se estar a "criar condições para submeter Angola a um risco semelhante" nas eleições legislativas oficialmente marcadas para 5 de Setembro próximo.
Nem mais. Um tiro certeiro. É um risco plausível que, como é sabido, até agrada aos donos do poder enagolano.
A UNITA tem alertado para o risco de fraude nas eleições de 5 de Setembro, caso o MPLA, o partido no poder e com maioria absoluta na Assembleia Nacional, leve avante a sua pretensão de alterar a lei eleitoral para permitir uma votação em dois dias, em vez de um, como estabelece a lei.
Sobre a decisão da União Africana, adoptada na recente cimeira do Egipto, de aconselhar uma negociação entre Robert Mugabe e o líder da oposição, Morgan Tsvangirai, o porta-voz da UNITA considerou que "não foi a melhor posição" por a UA estar a aceitar e a dar cobertura a "uma farsa e a uma ilegitimidade" em sentido contrário ao "direito soberano do povo escolher".
2 comentários:
Não reste a menor dúvida de que o MPLA já esfrega as mãos de contentamento, pela decisão tomada na UA, pois, se até agora ainda teria algum receio de partir para uma aventura semelhante mas mais soft (que não desse tanto nas vistas) agora tem as portas escancaradas para a vilanagem. Cabe à UNITA não embarcar no embuste e continuar a denunciar a hipocrisia dos patrões dos "escravos" africanos nos seus próprios países. Onde anda a moral?! E o respeito pelos direitos dos que sofrem? È tudo conversa da "teta"!
Esta é a Africa que temos e que não queremos para os nossos filhos muito menos para os netos e bisneto ou outra geração vindoura.
Sei que está dificil currigirem-se porque:
1º Estam enriquecer os filhos de tenra idade( onde ja se viu pessoa que nunca trabalhou na sua vida ter milhoes na conta, com os avós que foram pobres, que nem sequer uma agulha tinham? )
2º Tenhem medo de deixar o poder, porque andam a roubar os bens do povo, abrindo contas bancarias fora do pais para os demias familaires.
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