As populações africanas vivem (isto é uma forma simpática de se escrever) na miséria. No entanto, um pouco por todo o continente e com relevante expressão nos países lusófonos, os dirigentes vivem (esses sim!) à grande e à francesa. No estrangeiro, sobretudo na Europa têm incomensuráveis patrimónios mobiliários e imobiliários.
A Transparência Internacional volta agora a tentar levar a tribunal, em França, os donos do poder em diversos países africanos, casos de Angola, Burkina Faso, Congo Brazzaville, Guiné Equatorial e Gabão.
Tentar bem tenta, mas os resultados continuam a ser iguais a zero. E porquê? Porque, no caso do país de Nicolas Sarkozy, a polícia terá encoberto centenas de páginas com provas sobre o envolvimento de governantes e famílias na apropriação ilícita de bens.
Familiares de Omar Bongo, do Gabão, e do seu homólogo do Congo Brazzaville, Sassou Nguesso, são proprietários de dezenas de casas e apartamentos em Paris e no Sul de França, avaliados em milhões de euros.
Interessa continuar a dizer que populações destes países continuam a sobreviver com a única esperança de, com sorte, poderem ser pobres?
Quanto a Robert Mugabe, tem propriedades na Namíbia e na Malásia e, em geral, "tem-se verificado a tendência para o envio de dinheiro para bancos da China e, em particular, de Macau".
Em relação aos países lusófonos, com Angola à cabeça, o melhor é estar calado. Se, por um lado, o presidente Eduardo dos Santos é amigo íntimo de José Sócrates, e muitos dos seus capangas continuam a ter cobertura oficial, por outro, importa reconhecer a nova força colonial que Angola tem na economia (e não só) de Portugal.
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