Fernando Mendes tinha 60 anos de idade. Foi Jornalista do Jornal de Notícias durante mais de três décadas. Morreu ontem de doença súbita, diz o jornal ao qual deu tudo o que tinha.
Foto de João Paulo Coutinho
Profissionalmente partilhei com ele 18 desses trinta e tal anos no JN. Tempo suficiente para saber que se consumou ontem o que já começara há alguns meses. Pelo menos desde o início do ano, altura em que anunciaram o despedimento colectivo que, entre outros e numa acção inédita, também atingiu alguns dos melhores jornalistas do JN.
Foi aí que o Fernando começou a morrer. De nada valeu o facto de ter dado trinta e tal dos melhores anos da sua vida ao JN. De nada valeu ter sido dos que ajudaram a fazer do JN o primeiro de todos e não, como agora acontece, o primeiro... dos últimos. De nada valeu ser um Jornalista que metia num bolso os algozes que decretaram a sua morte, que o apunhalaram pelas costas.
O Fernando era um Homem, exactamnte o oposto dos algozes que a troco de um prato de lentilhas não se importam de sacrificar os melhores para serem criados de luxo do poder.
O Fernando era um Jornalista, exactamente o oposto dos algozes que, porque para contarem até 12 têm de se descalçar, fazem uso de uma coluna vertebral amovível.
Amanhã é o funeral do Fernando. Se calhar, como é natural quando se está rodeado de mercenários, vão lá estar alguns dos seus algozes. Lata para isso não lhes falta.
Fica contudo, meu caro Fernando, a certeza de que se o teu valor se medisse pelo nível (humano, intelectual, moral ou profissional) desses algozes, nunca eu te chamaria camarada, companheiro e amigo.
Adeus Fernando!
Foi aí que o Fernando começou a morrer. De nada valeu o facto de ter dado trinta e tal dos melhores anos da sua vida ao JN. De nada valeu ter sido dos que ajudaram a fazer do JN o primeiro de todos e não, como agora acontece, o primeiro... dos últimos. De nada valeu ser um Jornalista que metia num bolso os algozes que decretaram a sua morte, que o apunhalaram pelas costas.
O Fernando era um Homem, exactamnte o oposto dos algozes que a troco de um prato de lentilhas não se importam de sacrificar os melhores para serem criados de luxo do poder.
O Fernando era um Jornalista, exactamente o oposto dos algozes que, porque para contarem até 12 têm de se descalçar, fazem uso de uma coluna vertebral amovível.
Amanhã é o funeral do Fernando. Se calhar, como é natural quando se está rodeado de mercenários, vão lá estar alguns dos seus algozes. Lata para isso não lhes falta.
Fica contudo, meu caro Fernando, a certeza de que se o teu valor se medisse pelo nível (humano, intelectual, moral ou profissional) desses algozes, nunca eu te chamaria camarada, companheiro e amigo.
Adeus Fernando!
Foto de João Paulo Coutinho
4 comentários:
Paz á sua alma e que descanse em paz.
Os meus sentimentos á Familia e aos verdadeiros Amigos.
Pelo que li este Sr. era um grande Homem e um grande Jornalista, como tal não estava á venda e isso saiu-lhe caro, mas acredito que ele lutou, para muitos mais tarde virem a usufruir da sua luta e o que eu mais lamento nestas situações é que os covardes venham a usufruir da luta destas pessoas corajosas.
O meu lamento pela morte deste senhor,com quem tive o prazer de falar diversas vezes,quando trabalhei no restaurante Nuno Alvares ao lado do hotel D.Henrique e também com o senhor João Ogando.
Paz a sua alma.
Os meus sinceros sentimentos, Orlando e Paz á sua Alma.
A melhor homenagem que se pode fazer a este exemplo de Homem íntegro, respeitador e solidário, valores tão raros nos tormentosos dias que correm, é honrar a sua memória, seguindo-lhe a sua forma de estar na vida. Foi pela sua mão que entrei no JN como modesto colaborador desportivo e foi nessa qualidade que lhe fiquei a dever muito do que vim a aprender naquela casa ao longo de quase 20 anos.
Acredita amigo Fernando que não vou esquecer a tua afabilidade de trato, o teu carácter, a tua bondade, a tua grande dignidade profissional.
Descansa finalmente em paz que bem o mereces e aceita o meu abraço fraterno.
Álvaro Mendonça
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