«Numa declaração pública sobre as razões que levaram a UNITA a avançar com uma moção de censura ao Governo do MPLA, Isaías Samakuva apontou, segundo a Lusa, como um dos exemplos da corrupção em Angola as transferências de avultadas somas para Portugal "para comprar até empresas falidas para branquear dinheiro roubado ao povo de Angola”.
Servindo-se de notícias na imprensa, Isaías Samakuva aponta a existência de "pressões" sobre o primeiro-ministro português, José Sócrates, para "libertar milhões de dólares de dinheiro público (angolano em contas de bancos portugueses) para determinadas contas privadas de mandatários do regime angolano" de forma a poderem "comprar empresas falidas" e "branquear" capitais. Sobre estas denúncias, o líder da UNITA sublinha o "silêncio conivente" do Governo de Luanda.
A Lusa acrescenta que o tom da declaração pública do presidente do partido do Galo Negro foi marcado pelo recente discurso do Chefe de Estado angolano e líder do MPLA, José Eduardo dos Santos, que no sábado pediu aos deputados que exerçam a fiscalização dos actos de gestão do Executivo com base numa política de "tolerância zero" para com a corrupção.
Samakuva diz que a moção de censura que a UNITA vai apresentar ao Parlamento tem por base a "censura que o povo já fez ao Executivo", bem como "a censura que o próprio presidente (angolano) fez ao Governo" que dirige.
"Este Governo não merece mais a confiança do povo, ou seja, precisa de tolerância zero, como reconheceu o próprio Chefe de Estado", afirma Isaías Samakuva.
O presidente do maior partido da oposição afirma ainda que "é necessário que os angolanos saibam os nomes dos gestores públicos que o senhor presidente da República referiu como pessoas irresponsáveis e gente de má fé".
Samakuva refere-se ainda a palavras que atribui a Eduardo dos Santos a propósito da "tímida fiscalização" do Parlamento (com maioria qualificada do partido do Governo) para cometerem, entre outros, fraudes com bens públicos.
O líder da UNITA quer ainda saber a dimensão dos "actos danosos ou fraudulentos" e os seus "autores morais" cometidos por governantes a que o presidente angolano aludiu na sua intervenção na abertura do comité central do MPLA.
Samakuva sublinha ainda que durante 2009 "o abuso do poder, o nepotismo e o enriquecimento ilícito tornaram-se impuníveis" e que os "novos endinheirados exibem impunemente (...) as fortunas que fizeram desviando os dinheiros públicos".
E reforça a ideia referindo-se ao MPLA e à sua liderança. "São eles, os novos capitalistas exploradores, que na prática utilizam o MPLA, um partido de tradição social concebido para defender os mais desfavorecidos, para explorar os trabalhadores angolanos e aumentarem os seus lucros (...) através de políticas discriminatórias promovidas pelo Governo".
Samakuva pede ao presidente da República que destitua o actual Governo, nomeie outro de acordo com os resultados das eleições de 2008 e convoque as presidenciais "quanto antes", em 2010.»
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1 comentário:
Está linda está!
Mas o mais lindo é que neste momento os Angolanos (pelo menos os muito muito ricos) estão-se a revelar muito mais inteligentes que os Portugueses. Porquê? Enquanto nós continuamos a investir, leia-se enterrar, milhões em Angola, já os Angolanos (os muito muito ricos) estão a salvaguardar as suas fortunas no estrangeiro, pois sabem que o El-Dorado, leia-se JES, não durará para sempre. O dia em que o castelo de cartas ruir, o que em África pode acontecer a qualquer momento, vai ser um "Deus nos acuda" para muitos dos nossos grandes empresários...
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